1clipe: Vivendo do Ócio – “Cê Pode”

A banda baiana Vivendo do Ócio, uma das melhores da safra do novo rock brasileiro, acaba de lançar o novo álbum com o nome da banda e o clipe da música “Cê Pode”, que foi lançado em 2019 puxa o lançamento depois de 5 anos sem gravações. Confere o som.

De cara já vai o recado e embalado em guitarras certeiras eles avisam:
“Cê pode ser livre” e outro ponto “Quê adianta riqueza e pobreza de alma? / Adianta ter tudo e viver numa jaula? / Cê pode ser livre, seja o que quiser”.

@vivendodoocio #vivendodoocio

 

1disco: Humberto Gessinger – Não Vejo a Hora

Depois do bom lançamento do Barão Vermelho, enfim chegou o novo álbum do Humberto Gessinger: Não Vejo a Hora. E olhando o que foi lançado até agora, os melhores albuns nacionais do ano são de bandas e/ou artistas que detonaram nos anos 80: Barão Vermelho (VIVA), Nando Reis (Não sou Nenhum Roberto, Mas as Vezes Chego Perto) e Biquini Cavadão (Ilustre Guerreiro). Mas falando do álbum em questão: o eterno líder e voz dos Engenheiros do Havaii retorna numa ótima performance e com ecos da antiga banda. De cara basta ouvir a primeira faixa “Partiu”, que lembra Ïnfinita Highway”, ou seja, começa muito bem. “Um Dia da Cada Vez” é um pop/rock da melhor fase dos Engenheiros. A primeira balada folk acústica, com violões e acordeons é “Bem a Fim” e com o refrão bacana (A Highway to Hell faz a curva e vai pro céu / Quando a resposta vem, do outro lado, alguém / Dizendo que está tudo bem) coloca a música como uma das melhores do álbum. “Calmo em Estocolmo” é Engenheiros do Havaii até o talo. “Estranho Fetiche” tem a letra mais legal, com referência à Raul Seixas e é bem divertida. E “Missão” pra mim a melhor do álbum, começa lentamente e fica mais rápida e vai oscilando desta maneira até o final.
Enfim, mais um grande lançamento de uma das melhores bandas brasileiras de rock dos anos 80.
Para ver como o rock não morreu mas o atual cenário e bandas surgidas não tem o mesmo peso nem o mesmo valor.

1álbum: Barão Vermelho – VIVA

O Barão Vermelho voltou e pode acreditar: rock, baladas e com muita energia, no novo álbum VIVA. A primeira fase da banda com Cazuza, foi inigualável: rock e baladas bem elaboradas e sucesso total. A segunda fase com Frejat no vocal, talvez não foi de tantos hits, mas o rock sempre esteve ali. Agora, uma das melhores bandas do rock brasileiro, retorna com Rodrigo Suricato nos vocais, rock e baladas com potenciais hits: “Jeito” cativa pela simplicidade (A Gente é o Que é Não Tem Jeito / A Gente é Como é, Cada um de um Jeito),  “A Solidão Te Engole Vivo” rock sobre a amizade (Pois ao lado dos amigos / Eu escapo de qualquer perigo / E se você deixar / A solidão te engole vivo), “Por Onde Eu For” é pop rock na veia e com refrão pegajoso (Ando evitando lugares pra não ter que te encontrar / Outras avenidas e bares agora vão me ver cambalear / … / Então eu vou, esquecer de tudo que passou / Secar minha cara sobre o sol / Vou, viver tudo o que posso / Os amigos que eu gosto vou levar / Comigo em qualquer lugar, por onde eu for), a romântica “Castelos” e a baladaça “Um Dia Igual ao Outro”. O álbum acaba com “Pra Não Te Perder”, canção com levada folk aos violões e parcipação da cantora Letrux.
É um dos melhores álbuns do rock brasileiro de 2019.

1filme: Bohemian Rhapsody

“Bohemian Rhapsody” o filme sobre Freddie Mercury e a banda Queen, não é apenas mais um filme sobre uma banda de rock. Também não é um filme somente  sobre sexo, drogas e rock’n’roll, como foi demonstrado no longa da banda The Doors.
É um filme sobre o irreverente e excepcional músico Freddie Mercury: suas alegrias e mágoas, seus momentos de glorias e decepções, todas as decepções ocorridas na sua vida até o diagnostico da AIDS (o amor por Mary e a conturbada relação com seu  pai). É um dos melhores filmes de 2018.
Apesar de Rami Malek apenas dublar as músicas, sua atuação como Freddie Mercury é consistente e impecável. Também mostra porque Brian May é um dos melhores guitarristas do mundo.

Todos os grandes hits da banda são descarregados ao longo das duas horas e quinze minutos do filme, acertando no tom e principalmente nas performances musicais: o show final em Wembley coloca o Queen no mais alto patamar das grandes bandas de rock mundial.

Você não gosta da banda, das músicas ou do Freddie Mercury? Não tem problema, este é um filme para você aprender e apreciar um pouco disso tudo e ainda vibrar, cantar e se emocionar: ESPETACULAR.

pra eternidade: Renato Russo

Renato Russo

 

Renato Russo faleceu em 11 de outubro de 1996, ou seja, hoje faz 21 anos da morte do vocalista da banda Legião Urbana e um dos principais compositores do rock brasileiro de todos os tempos. O que é mais difícil falar é sobre o legado, tanto do cantor quanto da banda, pois todas as músicas são atuais e nunca surgirá uma banda do rock nacional que chegará perto do que a Legião fez.
Dizer que uma ou outra seria a música perfeita da Legião Urbana é impossível, pois muitas músicas são histórias completas: “Faroeste Caboclo”, “Dezesseis”, “Vinte e Nove”, “Eduardo e Mônica” ou “Ainda é Cedo”, por exemplo. Outras músicas trazem pequenas pérolas:
“Índios” (Quem me dera ao menos uma vez / Que o mais simples fosse visto como o mais importante).
“Perfeição” (Vamos comemorar como idiotas / A cada fevereiro e feriado / Todos os mortos nas estradas / Os mortos por falta de hospitais / Vamos celebrar nossa justiça /
A ganância e a difamação).
“Tempo Perdido” (Todos os dias quando acordo / Não tenho mais o tempo que passou / Mas tenho muito tempo / Temos todo o tempo do mundo).
“Giz” (Quero que saibas que me lembro / Queria até que pudesses me ver / És, parte ainda do que me faz forte / Pra ser honesto só um pouquinho infeliz)
“Um Dia Perfeito” (São as pequenas coisas que valem mais / É tão bom estarmos juntos / E tão simples: um dia perfeito).
“Vamos Fazer um Filme” (O sistema é mau, mas minha turma é legal / Viver é foda, morrer é difícil / Te ver é uma necessidade).
“Andrea Doria” (Eu sei, é tudo sem sentido / Quero ter alguém com quem conversar / Alguém que depois / Não use o que eu disse contra mim).
“Love in the Afternoon” (É tão estranho / Os bons morrem jovens / Assim parece ser / Quando me lembro de você / Que acabou indo embora / Cedo demais).
“Sereníssima” (Sou um animal sentimental / Me apego facilmente ao que desperta o meu desejo).
“A Via Láctea”( Queria ser como os outros / E rir das desgraças da vida / Ou fingir estar sempre bem / Ver a leveza das coisas com humor).
“Mauricio” (Às vezes faço planos / Às vezes quero ir / Para algum país distante e voltar a ser feliz). 
“Quase sem Querer” (Quantas chances desperdicei / Quando o que eu mais queria / Era provar pra todo o mundo / Que eu não precisava provar nada pra ninguém). 
“L’Avventura” (Não se pode fechar os olhos / Não se pode olhar pra trás / Sem se aprender alguma coisa pro futuro).
“A Montanha Mágica” (E me fazes tão mal / Existe um descontrole, que corrompe e cresce / Pode até ser, mas estou pronto para mais uma / O que é que desvirtua e ensina?).
“Que País é Esse?”( Nas favelas, no Senado / Sujeira pra todo lado / Ninguém respeita a Constituição / Mas todos acreditam no futuro da nação). 
“O Teatro dos Vampiros”( Sempre precisei / De um pouco de atenção / Acho que não sei quem sou / Só sei do que não gosto).
“Monte Castelo”( O amor é o fogo que arde sem se ver / É ferida que dói e não se sente / É um contentamento descontente / É dor que desatina sem doer).
“Vento no Litoral” (Dos nossos planos é que tenho mais saudade / Quando olhávamos juntos na mesma direção / Aonde está você agora / Além de aqui dentro de mim?),
“Acrilic on Canvas” (E era sempre: “Não foi por mal”  / Eu juro que não foi por mal / Eu não queria machucar você / Prometo que isso nunca vai acontecer mais uma vez). 

 

 

1cd: Paulo Miklos – A Gente Mora no Agora

O eterno titã Paulo Miklos lançou o ótimo álbum A Gente Mora no Agora, ótimo porque gostei de nove das treze faixas, algo difícil de acontecer no atual cenário do rock nacional. Algumas músicas em que Miklos se aventura pelo samba, não me chamaram atenção, em compensação outras ele acertou a mão em cheio. “Deixa de Ser Alguém”, em parceria com Arnaldo Antunes, é estranha com seu ritmo carnavalesco mas anima qualquer um. “Todo Grande Amor” é uma parceira com Silva, com refrão fácil tem tudo pra se tornar um hit radiofônico. “Risco Azul”, com Céu e Pupillo, é marcado por piano e Paulo Miklosbatidas em cima de uma letra bem construída. A balada pop composta por Guilherme Arantes, “Estou Pronto” é uma declaração de amor impecável e perfeita: “Estou vivo, estou pronto / Estou amando de novo / O meu destino é ser feliz / Começo cada dia a teu lado te amando mais”. “Afeto Manifesto” é um baião lento, composta por Lurdez da Luz e fica perfeita na voz de Miklos. Enquanto que “Princípio Ativo” balada com a cantora Céu é levada num dedilhado de violão, doce e singela. E o disco fecha com mais uma bela parceria com Tim Bernardes, “Eu Vou”: “Não vou mais aturar  / Baixo astral na minha vida / Não vou mais carregar / O peso e a dor que não é minha”.

Mas ele se sai melhor no terreno que conhece bem e entrega as duas melhores faixas do álbum, pelo menos na minha opinião: em “Samba Bomba”, que não é samba, mas sim um baita rock em parceria com Tim Bernardes (guitarrista da banda O Terno) e na baladaça “Vou Te Encontrar”, em parceria com Nando Reis: “Nas ondas do mar / Nas pedras do rio / Nos raios de sol / Nas noites de frio / No céu no horizonte / No inverno e verão / Nas estrelas que formam uma constelação / Vou te Encontrar”.

1cd: Paralamas do Sucesso – Sinais do Sim

É claro que o rock evolui, mas que bandas brasileiras de rock fazem grande sucesso? Não Paralamas-Do-Sucesso. - Sinais do SImtem. Podemos citar boas bandas como: Maglore, Los Porongas, Vivendo do Ócio, O Teatro Mágico, O Terno, Boogarins, The Muddy Brothers, Vanguart, Far From Alaska, Scalene, Autoramas, Supercombo, Ego Kill Talent, e algumas outras, mas nenhuma, nenhuma mesmo, vai fazer o estardalhaço que grandes bandas do rock nacional fizeram nos anos 80, do Rio Grande do Sul à Bahia.

Mas o melhor é que as bandas dos anos 80 estão ressurgindo e sempre com ótimos álbuns, que é o caso deste “Sinais do Sim” da banda Paralamas do Sucesso. Simples, direto e cheio de hits. A Paralamas-Do-Sucessomúsica de abertura “Sinais do Sim”, já demonstra que o bom e velho Paralamas do Sucesso não perdeu a mão para compor: “Eu sei que teu coração é meu / Que algo em mim te convenceu / De que o melhor está por vir”.
As baladas ainda continuam em alta e “Teu Olhar” explora bem isso, “Sempre Assim” tem levada reggae típica dos Paralamas, enquanto que “Contraste” já inicia com o barulho de guitarras, que chega a lembrar Santana. “Medo do Medo” era um rap português. Sim, era, pois virou um baita ska.

As duas melhores músicas do disco, pelo menos pra mim, são: “Corredor” rock básico e “Não Posso Mais”, com muito swinge e refrão pegajoso, hit radiofônico certeiro: “Eu não posso mais / Não posso mais / Não posso mais / Não posso mais viver / Sem você”.
Sim, sou nostálgico. E por isso, este é um dos melhores lançamentos do rock nacional do ano (pelo menos, por enquanto).

Política: já cantaram essa história…

É incrível que ainda ouço pessoas surpresas com tudo o que está acontecendo na política brasileira, mas essa história já foi cantada só que muita gente não lembra ou não quer lembrar, pois pensam que o rock não presta, que é música do diabo e de drogados. Mas qual o estilo de música que consegue mostrar tantas desigualdades sociais em poucos acordes e, mesmo após 30 anos, ainda se manter atual à nossa realidade? São duas músicas das duas das melhores bandas do rock nacional: Legião Urbana e Titãs.

Trinta anos atrás, em 1987, a Legião Urbana lançava o álbum Que País é Esse? recheado de rebeldia e petardos como: “Angra dos Reis”, “Eu Sei”, “Mais do Mesmo, “Depois do Começo”, a épica e quilométrica “Faroeste Caboclo” e a atualíssima “Que País é esse?. Letra de altíssimo cunho político, detona grande parte dos nossos governantes, compara a sujeira nas diversas esferas da nossa sociedade e mostra o desrespeito com a  constituição brasileira, onde claramente os políticos querem levar vantagem.
A abertura do álbum mostra que a Legião não está para brincadeiras e surge o primeiro hino que é cantado ainda nos dias de hoje: “Nas favelas, no Senado Sujeira pra todo lado /Ninguém respeita a Constituição / Mas todos acreditam no futuro da nação / Que País é esse?” (e nós ainda continuamos a acreditar).

Em 2005, doze anos atrás, a banda Titãs lançou o álbum ao vivo MTV, e ao meio de grandes sucessos como: “AA UU”, “Polícia”, “Enquanto Houver Sol”, “Bichos Escrotos”, “Homem Primata”, Epitáfio”, “Flores” e “Diversão”, a música “Vossa Excelência” chama a atenção pela clareza e tiro certeiro nos nossos políticos. Mais forte e direta que a música da Legião Urbana, o Titãs dispara diretamente aos Ministros, Magistrados, Deputados, Senadores, Vereadores sem papas na língua, fala o que muita gente gostaria de dizer cara a cara: “Estão nas mangas dos Senhores Ministros / Nas capas dos Senhores Magistrados / Nas golas dos Senhores Deputados / Nos fundilhos dos Senhores Vereadores / Nas perucas dos Senhores Senadores / Senhores! Senhores! Senhores! /Minha Senhora! /Senhores! Senhores!/ Filha da Puta! Bandido! Corrupto! Ladrão!”

Por mais que muitos não gostem do estilo de música, mas a roubalheira dos nossos políticos já eram cantadas no rock brasileiro à trinta anos atrás. A indignação do povo contra a corja política brasileira sempre foi demonstrada nas músicas da Legião Urbana e dos Titãs (ou você acha que a música “Polícia” também não é uma premonição dos dias mais violentos e degradantes?). Alguns podem pensar que estas não são as melhores músicas que expressam a nossa insatisfação com tudo o que está acontecendo atualmente, mas com certeza são petardos para fazer todos pensar.
Vai ter alguma grande mudança? Difícil imaginar, quando temos um bando de políticos que não tem vergonha na cara e leitores coniventes com a situação e vendendo voto em cada eleição.

L.A.Severo

1disco : Nenhum de Nós – Sempre é Hoje

nenhum Uma das melhores bandas do rock nacional, e ainda na ativa, o Nenhum de Nós lançou um novo cd – Sempre é Hoje – e podem acreditar: é o velho e bom Nenhum de Nós que detona em 10 boas faixas.

“Milagre” é o novo single e clip que tá rolando em alta rotação nas rádios, e a banda vai direta na ferida, contra essas bandinhas que lançam uma música e somem: “Pena que perdemos tempo sem saber / Pena que perdemos tempo a escutar / Música sem emoção / Música sem sentimento. E tem muita coisa ruim mesmo, não somente no rock nacional, mas em diversos estilos. 
“Foi Amor” teve a parceria de Roberta Campos (na composição e nos vocais) e é uma das grandes baladas do álbum. Mas, “Se Você Ficar Um Pouco Mais”, arrepia, com seu piano e solo de guitarra e eu acho que é a melhor balada do cd.
“Amanhã” é rock direto e forte candidata a hit.
Total Atenção” tem uma letra bem sacada sobre não conseguir dar atenção à ninguém no dia a dia. 
O CD inteiro é bom, acho que é um dos melhores da carreira da banda (quase 30 anos a serviço do rock), mas eu cravo que “Caso Raro” é a melhor faixa do álbum, levada pop, refrão pegajoso é hit certeiro.