Conto: “O Canto Cego”

Uma tragédia inesperada atingiu Marlene, deixando-a cega e sem esperança. A perda de sua visão a mergulhou em um abismo de escuridão, onde ela se sentia perdida e sem rumo. Ricardo, seu marido, sentia a pressão de cuidar de uma esposa cega e desanimada, e isso começou a afetar a relação deles. A pressão de Ricardo para que Marlene se adaptasse à nova realidade era constante, e isso apenas aumentava o sentimento de desamparo da mulher. Marlene se via aprisionada em sua própria escuridão, sem saber como encontrar a luz novamente.

No entanto, em meio a toda essa dor e desolação, Marlene encontrou forças para se libertar. A separação de Ricardo foi o ponto de virada em sua vida e ela redescobriu sua vontade de viver intensamente, mesmo sem a visão. Ela se reconectou consigo mesma, encontrando uma nova forma de enxergar o mundo, mesmo estando cega fisicamente. Marlene sentiu um misto de alívio e incerteza, pois estar sozinha novamente era assustador, mas ao mesmo tempo, ela se sentia livre para explorar novos caminhos e redescobrir a si mesma. Foi nesse momento de vulnerabilidade e coragem que Marlene encontrou a luz no fim do túnel.

Decidida a seguir em frente, Marlene voltou a se dedicar à sua paixão pela música e o piano, que por tanto tempo ficou silencioso em sua casa, tornou-se sua companhia e refúgio. Com os dedos delicados tocando as teclas, Marlene se conectava com sua alma e expressava suas emoções de forma única e profunda. Um dia, enquanto tocava piano, Marlene sentiu uma vontade incontrolável de cantar. Sua voz, que por tanto tempo ficou calada, ressoou pelo ambiente, trazendo consigo uma mistura de tristeza e esperança. Era como se as notas musicais fossem a sua própria linguagem de cura, transformando sua dor em arte.

Marlene descobriu que, mesmo cega, sua capacidade de enxergar a beleza da música e transmitir emoções através do canto era infinita. Ela se tornou uma artista em sua própria jornada de autodescoberta, usando a música como um meio de expressão e libertação. A voz de Marlene ecoava pelos corredores da sua casa, atingindo os cantos mais obscuros de sua alma e iluminando cada pedaço de seu ser. Ela encontrou no canto e no piano uma nova forma de ver o mundo, uma visão que ia além das limitações físicas, transcendo os sentidos e alcançando a essência da sua existência. À medida que Marlene mergulhava mais fundo em sua paixão pela música, sua voz e habilidades no piano se tornavam ainda mais cativantes. O som da sua música preenchia os espaços vazios da sua casa, de seu prédio e até mesmo da rua onde morava, trazendo consigo uma atmosfera de serenidade e emoção. Uma noite, enquanto Marlene tocava uma bela canção da MPB no piano, ela sentiu aplausos suaves que ecoavam pela janela, revelando a presença de um público invisível, mas profundamente tocado pela sua interpretação.

Foi então que um dos clientes de um restaurante contemporâneo que ficava próximo à sua casa, conhecido por valorizar a arte e a cultura, ouviu a música de Marlene e ficou encantado com sua voz e talento no piano. Ele a chamou na janela e a convidou para se apresentar em uma noite especial no restaurante. Marlene, inicialmente surpresa e emocionada com o convite, sentiu um misto de ansiedade e entusiasmo. Era a oportunidade perfeita para compartilhar sua arte com um público mais amplo e mostrar ao mundo a beleza e a profundidade da sua música. No dia da apresentação, o restaurante estava repleto de pessoas ansiosas para ouvir a voz encantadora de Marlene e a melodia do seu piano. Ao começar a tocar e cantar, Marlene transportou a plateia para um mundo de emoções e sensações, onde a música transcendia as barreiras da linguagem e tocava a alma de cada espectador. Sua voz ecoava pela sala, envolvendo a todos em um abraço sonoro que acalmava corações e despertava sentimentos profundos.

Ao final da apresentação, o restaurante irrompeu em aplausos calorosos e sinceros, reconhecendo o talento único de Marlene e a magia que ela trazia através da sua música. Naquele momento, Marlene sentiu-se plena e realizada, sabendo que sua voz e seu piano tinham o poder de iluminar vidas e tocar almas.

Conto: “Não me Peça para Ficar”

Cleber e Diones se conheceram há 10 anos, quando começaram a trabalhar juntos na mesma empresa. O que começou como uma amizade casual evoluiu ao longo do tempo, com happy hours e festas de fim de semana compartilhadas. A química entre os dois era inegável e, em uma noite, a atração se tornou irresistível, resultando em uma noite de paixão. A notícia sobre a transa entre Cleber e Diones se espalhou rapidamente pela empresa, alguns colegas de trabalho eram indiferentes à situação, enquanto outros debochavam e faziam comentários maldosos. O casal foi alvo de fofocas e olhares julgadores, o que aumentou a pressão sobre o relacionamento.

Cleber e Diones enfrentaram juntos os desafios e as dificuldades impostas pela situação, eles tentaram manter seu amor em segredo, mas a tensão no ambiente de trabalho era evidente. As piadas e comentários maldosos dos colegas afetaram a confiança e a autoestima do casal, apesar de todo o amor que sentiam um pelo outro. Cleber e Diones começaram a questionar se valia a pena continuar lutando contra os preconceitos e o julgamento dos colegas, com a pressão constante e a falta de apoio tornaram-se insuportáveis. Diones, em um momento de reflexão, decidiu que não poderia pedir a Cleber para ficar, enfrentar sozinho toda a situação ou bem pedir para ele deixar a empresa que tanto gostava de trabalhar.

Diones amava Cleber profundamente, mas também reconhecia que a felicidade de ambos estava em jogo. Ele sabia que enfrentar o preconceito e a discriminação seria uma batalha árdua e exaustiva também não queria que Cleber sacrificasse sua própria felicidade e bem-estar por causa do relacionamento. Ele tomou a difícil decisão de deixar Cleber partir, mesmo que isso significasse abrir mão do amor que os unia. O fim do relacionamento foi rápido e doloroso para ambos. Cleber ficou arrasado com a decisão de Diones, mas sabia que ela estava fazendo o que achava ser melhor para ambos. Diones, por sua vez, sentiu uma mistura de tristeza e alívio, sabendo que estava permitindo que Cleber seguisse seu próprio caminho em busca da felicidade.

A decisão de Diones de não pedir para Cleber ficar foi baseada no amor verdadeiro e no desejo de vê-lo feliz, mesmo que isso significasse abrir mão do relacionamento. Ele entendeu que o amor nem sempre é suficiente para enfrentar os desafios impostos pela sociedade e que cada pessoa deve buscar sua própria felicidade, mesmo que isso signifique deixar partir alguém que ama.

A história de Cleber e Diones é um lembrete de que, às vezes, é preciso coragem para abrir mão do amor que sentimos por alguém, a fim de permitir que essa pessoa siga seu próprio caminho em busca da felicidade. Nem sempre é fácil, mas é um ato de amor verdadeiro.

Conto: “Não me Despreze”

Desde cedo, Joaquim aprendeu a aceitar suas diferenças e a encontrar alegria nas pequenas coisas da vida, não se deixando abalar pelas zombarias dos outros e mantinha sua alegria e otimismo inabaláveis. Mesmo quando as piadas sobre seu peso e sua nerdice se intensificavam, Joaquim mantinha sua postura serena e sua simpatia inalterada. No entanto, tudo mudou quando o bullying se tornou mais intenso e cruel. As palavras maldosas e as humilhações constantes começaram a corroer a autoestima de Joaquim, provocando uma mudança drástica em sua personalidade. O jovem alegre e conformado deu lugar a um Joaquim repleto de raiva, ressentimento e dor.

A violência tornou-se a resposta de Joaquim ao sofrimento e à humilhação que experimentava diariamente. O peso das palavras e das ações dos agressores se tornou insuportável, levando-o a reagir de forma impulsiva e agressiva. Aqueles que antes eram seus amigos mais próximos agora o viam como um estranho, incapazes de reconhecer a transformação sombria que havia tomado conta de Joaquim. A dor do desprezo e da rejeição moldou a personalidade de Joaquim, transformando-o em alguém que ele próprio mal reconhecia. Sua alegria se tornou amargura, sua serenidade se converteu em ira e sua conformidade se transformou em revolta. Joaquim se viu envolto em uma escuridão que o consumia, afastando-o de tudo o que um dia lhe trouxe felicidade e paz.

A transformação de Joaquim é um retrato vívido do impacto devastador do bullying e do desprezo sobre a mente e o espírito de um indivíduo. Sua história nos lembra da importância de tratar o próximo com respeito e empatia, e de como as palavras e ações podem ter um poderoso efeito sobre a vida e a personalidade de alguém. Joaquim, uma vez alegre e conformado, agora se via perdido em um turbilhão de emoções negativas, clamando para que não o desprezassem, mas também lutando para reencontrar a luz que um dia o iluminou.

Conto: “Siga Seu Caminho”

Aline e Cleonice eram um casal que estava junto há quinze anos. O amor entre elas surgiu lentamente durante o ensino médio e se transformou em um laço profundo e duradouro. Aline era uma mulher forte, determinada e cheia de energia, enquanto Cleonice era mais frágil e sensível, não suportando pressões e evitando novos desafios. Ao longo dos anos, Aline e Cleonice enfrentaram muitas conquistas e decepções juntas, construíram uma vida estável e feliz, compartilhando sonhos, momentos de felicidade e de superação. Aline era uma empreendedora bem-sucedida, enquanto Cleonice encontrava satisfação em seu trabalho como professora.

No entanto, a diferença de personalidade entre as duas começou a se tornar cada vez mais evidente à medida que o tempo passava. Aline era ambiciosa e buscava constantemente novos desafios, enquanto Cleonice preferia uma vida mais tranquila e sem grandes pressões. O relacionamento de Aline e Cleonice começou a enfrentar dificuldades quando as expectativas e as necessidades de cada uma entraram em conflito. Aline desejava continuar crescendo profissionalmente e buscando novas oportunidades, o que exigia dedicação e foco. Cleonice, por outro lado, sentia-se sobrecarregada pela pressão e pelas demandas do mundo exterior.

Aline tentava encontrar um equilíbrio entre sua ambição e o cuidado com Cleonice, mas a tensão entre elas só aumentava. Cleonice se sentia constantemente deixada para trás, enquanto Aline perseguia seus objetivos. A relação começou a se desgastar, e as discussões se tornaram mais frequentes. Em um momento de reflexão, Cleonice percebeu que a felicidade de Aline estava ligada à sua busca por crescimento pessoal e profissional. Ela compreendeu que, para Aline ser verdadeiramente feliz, ela precisava de espaço para se desenvolver e seguir seu caminho. Cleonice, apesar de amar Aline profundamente, não conseguia mais suportar a pressão e a sensação de ser um obstáculo para o crescimento da parceira.

Foi então que Cleonice tomou uma decisão difícil, mas altruísta. Ela decidiu deixar Aline seguir seu caminho, mesmo que isso significasse abrir mão do amor que as unia. Cleonice sabia que, ao abrir mão de Aline, estaria dando a ela a liberdade para buscar sua felicidade plena. O fim da relação foi brusco e doloroso para ambas. Aline ficou devastada com a partida de Cleonice, mas sabia que era uma decisão necessária para que ambas pudessem encontrar a paz interior. Cleonice, por sua vez, sentiu um misto de tristeza e alívio, sabendo que estava permitindo que Aline seguisse seu caminho e encontrasse a realização pessoal que tanto buscava.

Apesar do término, Aline e Cleonice mantiveram um profundo respeito e admiração uma pela outra. Elas reconheceram que o amor verdadeiro envolve também saber quando é hora de deixar a pessoa amada seguir seu próprio caminho, mesmo que isso signifique abrir mão da própria felicidade. Aline seguiu adiante, buscando novos desafios e conquistas. Ela honrou o amor que teve por Cleonice, mantendo suas memórias vivas em seu coração. Cleonice, por sua vez, encontrou paz em uma vida mais tranquila e em atividades que lhe traziam alegria e serenidade.

A história de Aline e Cleonice é um lembrete de que o amor nem sempre é suficiente para sustentar um relacionamento. Às vezes, é preciso coragem para abrir mão do amor que sentimos por alguém, a fim de permitir que essa pessoa siga seu próprio caminho em busca da felicidade.

Conto: “Não Vou Pedir Desculpas”

No entanto, por trás dessa fachada de estabilidade, Conrado carregava um segredo profundo: ele lutava internamente com uma batalha invisível, que ninguém ao seu redor conseguia perceber, aos olhos dos outros ele parecia feliz e bem-sucedido, mas dentro de si, Conrado estava sofrendo. Conrado era um homem introspectivo, que guardava seus sentimentos e pensamentos para si mesmo. Ele tinha dificuldade em expressar suas emoções e compartilhar suas angústias com os outros. A solidão que ele sentia, mesmo rodeado por amigos, era avassaladora.

Ao longo dos anos, Conrado havia construído uma armadura emocional ao seu redor, aprendeu a esconder suas fraquezas e a mostrar apenas a imagem de um homem forte e independente. No entanto, essa fachada começou a desmoronar lentamente e a pressão interna que ele enfrentava se tornou insuportável. Embora Conrado tivesse uma vida bem-sucedida do ponto de vista material, ele sentia um vazio existencial que nada parecia preencher, questionando o propósito de sua existência e se sentia perdido em meio à rotina diária. Aos poucos, a desesperança e a tristeza começaram a tomar conta de sua mente.

Conrado não conseguia encontrar respostas para suas perguntas mais profundas, sentindo-se desconectado dos outros, como se estivesse vivendo em um mundo à parte. A sensação de não pertencer e a falta de significado em sua vida o consumiam. Em um trágico dia, Conrado chegou ao seu limite: ele subiu até o 18º andar de seu edifício, em busca de um pouco de paz e serenidade. Lá, olhando o exuberante pôr do sol, ele tomou a decisão que mudaria para sempre a vida de seus poucos familiares e muitos amigos e com um tiro na cabeça, ele pôs fim a sua existência. Conrado não precisava explicar porque tomou a decisão e nem pedir desculpas por sua decisão.

A notícia da morte de Conrado deixou todos em desespero. Ninguém conseguia entender os motivos que o levaram a tomar essa atitude drástica. Para eles, Conrado era um homem bem-sucedido, feliz e cheio de vida e sua decisão repentina e trágica deixou todos perplexos. Mas o que ninguém sabia era o quanto Conrado estava lutando internamente. Ele carregava uma dor profunda, uma solidão insuportável e uma busca incessante por sentido e conexão. A pressão de manter as aparências e a dificuldade em compartilhar suas angústias o levaram a um ponto de ruptura.

A morte de Conrado deixou um vazio na vida de todos aqueles que o amavam. Foi um lembrete doloroso de que, por trás de sorrisos e sucesso aparente, pode haver uma batalha silenciosa acontecendo. Sua partida trágica serviu como um alerta para a importância de se conectar verdadeiramente com as pessoas ao nosso redor e estar presente para aqueles que estão lutando em silêncio. Conrado deixou um legado de dor e perguntas sem respostas. Sua partida prematura foi uma tristeza profunda para seus familiares e amigos, que agora lutavam para entender o que o levou a tirar sua própria vida. A vida de Conrado foi um lembrete doloroso de que nem sempre podemos ver os demônios que assombram as pessoas e que devemos sempre estar atentos e dispostos a oferecer apoio e compreensão quando necessário.

Que a morte de Conrado sirva como uma lição para todos nós, para que possamos estar mais presentes e atentos às dores e lutas internas de quem nos rodeia. Que possamos oferecer apoio, compaixão e amor incondicional, pois nunca sabemos o impacto que nossas palavras e ações podem ter na vida de alguém que está lutando em silêncio.

Conto: “O Segredo de José”

José tinha uma vida confortável, morando em uma casa de classe média alta que herdou dos pais falecidos. Ele se sustentava com um salário mensal de R$ 12.000,00 provenientes de seu emprego em uma repartição pública. Além disso, ele possuía um carro Nissan 2022 automático, que era a sua paixão. Porém, havia um segredo por trás da vida de luxo de José: seu salário não era suficiente para sustentar esse estilo de vida e ele tinha uma fonte de renda adicional que mantinha seu padrão de vida elevado, mas que ele mantinha em segredo.

José era um talentoso pintor e vendia suas obras por preços exorbitantes no mercado de arte, apenas usando o pseudônimo de Greg G. Suas pinturas eram cobiçadas por colecionadores e ele tinha uma clientela seleta que apreciava seu trabalho único e original. Essa era a verdadeira razão pela qual ele podia se dar ao luxo de viver uma vida tão confortável. No entanto, havia outro segredo na vida de José, apesar de sua vida social ativa e de seus relacionamentos com homens e mulheres, ele nunca havia se casado. Isso despertava curiosidade nas pessoas ao seu redor. Por que alguém tão atraente, bem-sucedido e com uma vida confortável escolheria não se casar?

O segredo de José era que ele valorizava sua liberdade acima de tudo, ele acreditava que o casamento poderia restringir sua independência e limitar suas possibilidades. Ele gostava de conhecer novas pessoas, experimentar diferentes relacionamentos e viver cada dia de forma intensa e sem amarras. José acreditava que o amor não podia ser limitado a um único relacionamento ou a uma única pessoa. Ele buscava conexões emocionais profundas, mas preferia não se prender a compromissos formais, aproveitando a vida ao máximo, sem se preocupar com os julgamentos ou expectativas da sociedade.

Apesar de seu estilo de vida não convencional, José era feliz. Ele encontrou a fórmula para viver uma vida de luxo e liberdade, explorando sua paixão pela arte e valorizando sua independência. Seu segredo era simplesmente ser fiel a si mesmo e viver de acordo com seus próprios desejos e vontades. E assim, José continuou a desfrutar de sua vida em São Paulo, pintando, vendendo suas obras e aproveitando os prazeres que a cidade tinha a oferecer, mesmo não constituindo uma família encontrou a felicidade em sua própria liberdade e autenticidade.

O segredo de José não era apenas sobre sua fonte de renda ou sua vida amorosa não convencional, mas sobre a coragem de seguir seu próprio caminho, de desafiar as expectativas e de encontrar a verdadeira felicidade em ser quem ele realmente era.

Conto: “A Descoberta da Felicidade”

Pamela, 18 anos, estava acostumada com a rotina monótona de sua vida: todos os dias, ela seguia o mesmo percurso até a estação de ônibus, pegava o mesmo ônibus e chegava à faculdade onde estudava no período da manhã. À tarde, ela fazia estágio em um escritório de advocacia e, no final do dia, retornava pelo mesmo trajeto para casa. A adolescente fechada e triste, parecia carregar o peso do mundo nos ombros. No entanto, tudo isso mudou no dia em que ela sentou ao lado do senhor Rodolfo no ônibus. Ele era um senhor de 65 anos, com 1,70 de altura e 90kg, sempre com um sorriso acolhedor no rosto.

Por algum motivo, Pamela sentiu-se atraída pela energia positiva do senhor Rodolfo. Eles começaram a conversar no trajeto diário, compartilhando histórias e experiências de vida. Rodolfo era um homem sábio, com uma visão única sobre a felicidade e a importância de aproveitar cada momento. Ao longo das semanas, os encontros entre Pamela e Rodolfo se tornaram uma constante. Eles se encontravam três vezes por semana, sempre no mesmo trajeto, no mesmo horário e no mesmo banco do ônibus. As conversas com Rodolfo eram como um bálsamo para a alma de Pamela, enchendo-a de esperança, inspiração e alegria.

O que o simpático senhor falou para Pamela que a transformou tanto? Ele compartilhou com ela a sua sabedoria adquirida ao longo dos anos. Ele falou sobre a importância de valorizar cada momento da vida, de encontrar a felicidade nas pequenas coisas e de buscar a realização pessoal. Rodolfo incentivou Pamela a sair da sua zona de conforto, a explorar novos horizontes e a se permitir viver experiências incríveis. Ele mostrou a ela que a felicidade não está apenas em alcançar objetivos materiais, mas sim em encontrar um propósito e viver de acordo com seus valores mais profundos. Com essa nova perspectiva, Pamela passou a enxergar a vida de forma diferente. Ela se abriu para novas amizades, explorou novos hobbies e encontrou prazer nas coisas simples do dia a dia. Sua tristeza deu lugar a um brilho nos olhos e um sorriso constante no rosto.

A descoberta da felicidade foi um presente inesperado na vida de Pamela, e tudo graças à amizade e sabedoria de Rodolfo. Eles continuaram a se encontrar no ônibus, compartilhando suas histórias e inspirando um ao outro. Pamela percebeu que a felicidade não é algo que se busca fora de si, mas sim algo que se constrói dentro de si. Ela aprendeu que a verdadeira felicidade está nas conexões humanas, nas experiências compartilhadas e na capacidade de apreciar cada momento da vida.

E assim, Pamela seguiu sua jornada, agora com um coração cheio de gratidão, alegria e a certeza de que a felicidade está ao alcance de todos, basta estar aberto para encontrá-la.

Conto: “Eu Não Sou Perfeito”

A discussão que culminou na separação de Ronaldo e Rafaela foi desencadeada por um acúmulo de tensões e frustrações que vinham se acumulando ao longo do tempo. Ronaldo, em meio à pressão do trabalho, responsabilidades familiares e questões pessoais não resolvidas, não conseguiu mais conter sua raiva e frustração, resultando em um acesso de fúria durante uma discussão com sua esposa. As palavras ditas no calor do momento foram como flechas afiadas, atingindo em cheio o coração de Rafaela e abalando as estruturas frágeis de seu relacionamento. O peso das palavras proferidas por Ronaldo foi insuportável, levando Rafaela a tomar a difícil decisão de se separar, em busca de paz e distância da dor causada pela discussão acalorada.

No dia seguinte, com a mente mais clara e o coração pesaroso, Ronaldo buscou o perdão de Rafaela, reconhecendo seus erros e arrependendo-se profundamente por suas atitudes impulsivas e descontroladas. No entanto, o perdão não veio tão facilmente como ele esperava. Rafaela, ferida e magoada, decidiu seguir em frente sem ele, encerrando o casamento de forma definitiva. Diante da rejeição de Rafaela e do fim de seu casamento, a última frase de Ronaldo ecoou no vazio de sua alma: “Eu não sou perfeito”. Essas palavras simples, carregadas de sinceridade e humildade, revelaram a vulnerabilidade e a humanidade de Ronaldo, reconhecendo suas falhas e imperfeições diante do mundo e de si mesmo.

A jornada de Ronaldo é uma reflexão profunda sobre a fragilidade dos relacionamentos, a importância do perdão e a necessidade de aceitar nossas imperfeições. A separação dolorosa e a resignação diante de suas falhas o levaram a uma jornada de autoconhecimento e crescimento, onde a aceitação de sua humanidade se tornou o ponto de partida para uma nova fase em sua vida.

Conto: “Não me Diga que Meus Sonhos não são Reais”

E Monica, com 19 anos, me mostrou o que era a vida, como era bom viver intensamente e como, principalmente, era bom sonhar. Me mostrou seus planos e eu sempre me via ali, ao lado dela: em locais que eu não imaginava conhecer e em aventuras que eu não sonhava viver. Numa pequena caderneta identificava: locais, horários e aventuras. Numa ordem cronológica minuciosamente escrita com informações até menos irrelevantes, tudo estava ali. Meus dias eram melhores, mais calorosos mesmo no inverno, mais claro mesmo com tempestades.

Com um simples afago na minha cabeça, quando estávamos sentados no único sofá velho (um sofá de camurça marrom, todo desbotado, que ficou melhor porque compramos algumas mantas em Paraty e jogamos por cima para disfarçar como era realmente velho) que havia no nosso minúsculo apartamento de 22 metros quadrados, já me descansava, e ela com toda simplicidade começava a ler algo que tinha escrito, me fazendo viajar e sonhar. O certo é que, cada relato me fascinava e eu sempre me perguntava: como eu nunca tinha imaginado isso?

Nada na sua escrita era proibido. Ninguém poderia lhe dizer o que ela podia ou não podia escrever? E eu queria viver e estar ao lado de Monica todos os dias, todas as horas, todos os segundos. Eu me transportava em suas histórias e cada vez ficava mais feliz por estar junto dela.

Mas a vida é cheia de surpresas, nos prega peças de uma hora para outra. Monica viveu intensamente desde os 17 anos, tentou se refugiar em sonhos e ilusões do que poderia e queria fazer nos próximos anos se sua vida fosse normal. No calor de uma noite de amor, do pequeno e bem desenhado nariz de Mônica surge uma gota de sangue, que quando percebo brinco que chegamos no ápice do amor. Rapidamente ela dá um pulo da cama e antes de chegar ao banheiro, cai lentamente no piso frio do nosso quarto. Não sinto seus batimentos, me desespero e ligo para a emergência. Enquanto sigo para o hospital na ambulância, chorando e soluçando sem parar, sinto a mão de Mônica fria e já sem vida, deslizando por entre os meus dedos.

Abalado abro a pequena caderneta, tentando me agarrar em suas palavras sempre alegres que podem me servir de consolo, e na última página, uma última história não iniciada mas com um simples título começava a ser escrita: “Ao Meu Grande e Único Amor”.

Conto: “A Dança da Solidão”

Quando a pandemia chegou e o mundo se fechou em isolamento, Cláudio viu seu universo de interações sociais desmoronar diante de seus olhos. A impossibilidade de sair, de encontrar os amigos e de viver as aventuras que tanto o preenchiam o deixou à deriva, sem rumo e sem âncoras para se segurar. Os meses se arrastaram lentamente, transformando a vida agitada de Cláudio em um mar de solidão e silêncio. O pequeno apartamento em Fortaleza, que antes era apenas um lugar para descansar entre uma festa e outra, tornou-se uma prisão claustrofóbica onde a presença constante da solidão o sufocava.

A falta de contato humano, de abraços reconfortantes e de risadas compartilhadas foi minando aos poucos a saúde mental de Cláudio. A depressão se instalou sorrateiramente, como uma névoa densa que envolvia sua mente e seu coração, obscurecendo qualquer raio de esperança que pudesse surgir. Cláudio se viu enredado em uma teia de pensamentos sombrios e emoções confusas, sem saber como lidar com a dor e o vazio que o consumiam por dentro. A sensação de estar sozinho no mundo, sem ninguém para compartilhar suas angústias e seus medos, o levou a um abismo de desespero do qual parecia não haver saída.

Diante da escuridão que o envolvia, Cláudio se viu incapaz de reagir, de buscar ajuda, de abrir-se para o apoio que poderia encontrar em amigos, familiares ou profissionais de saúde. A solidão tornou-se sua companheira mais fiel, sussurrando-lhe mentiras e ilusões que o afastavam ainda mais da luz e da vida. Sem acesso às redes sociais, sem conseguir enxergar além de sua própria dor, Cláudio se entregou à reclusão e ao silêncio da solidão. Pediu demissão, abandonou tudo o que conhecia e mergulhou em um isolamento profundo, onde a escuridão da depressão o consumiu por completo.

E assim, em um dia como outro qualquer, Cláudio partiu deste mundo sem alardes, sem despedidas, sem que ninguém soubesse de sua partida. Morreu invisível, como vivera seus últimos meses, afogado na solidão e na dor silenciosa que o acompanharam até o fim. Sua morte foi o triste desfecho de uma história marcada pela falta de conexão humana, pela falta de empatia e pelo cruel peso da solidão que o esmagou sem piedade.