1cd: “Luzente” – O Teatro Mágico

Eu acredito que a banda O Teatro Mágico, OTM, é a banda mais injustiçada do cenário indie rock nacional: banda cativante e público fiel, mas o fato de ainda não estar no primeiro time do rock nacional é uma grande injustiça. E isso faz muita falta no atual cenário, mas que a partir do presente álbum está prestes a mudar. A trupe comandada por Fernando Anitelli, está na estrada desde 2003 e quem não conhece deve ouvir músicas como: “Eu Não Sei na Verdade Quem Eu Sou”, “Vim Te Buscar”, Deixa Ser”, “Nosso Pequeno Castelo”, “Pena”, “Você me Bagunça”, “Deixa Ser” e o maior hit “O Anjo Mais Velho” (Só enquanto eu respirar / Vou me lembrar de você / Só enquanto eu respirar).

Agora, a banda lança um dos melhores álbuns de 2022, Luzente, e mostra que a parada de cinco anos fez bem para eles: o álbum é ótimo, com poderoso apelo pop as sem deixar de lado a beleza das letras. Entre de cabeça que eu aposto que você vai se apaixonar. Após a faixa de abertura “Boas Vindas” (“Senhoras e Senhores, respeitável público pagão, bem-vindos ao Teatro Mágico, sinta-se à vontade”.) já chega o primeiro petardo “Almaflor”, que abre com um “Ô ô ô” e letra com força na esperança: “Quando isso tudo passar por nós / Não tenha medo de nada / Seremos Porto Seguro / E tudo que tarda não falha)”.

“Cinza” é uma música interessante e entrega ecos do rock nacional dos anos 80: “Praça acuada entre muro e massa / Natureza resiste à fumaça / A pressa, o concreto opressor”… “A cidade que pulsa em mim, também me expulsa”. “Laço” é outra baita música, do pernambucano Igor de Carvalho, com clipe bem legal e versos certeiros: “O amor é um laço e não um nó / Com querer, conquistar / Podemos ficar juntos se soubermos estar só”. “Instalação” tem vocais de Anitelli e Nô Stopa e é uma bela parceria que empolga com versos falando sobre o cotidiano de um casal: “Quando quebra eu conserto! / Espero de você o mesmo / Quando me machucar”. A dupla de baladas suaves é ótima:“Nova Maneira”clama: “Quem fará, o amor perder o medo? / Transformar, a dor num novo enredo” e Fernando Anitelli conduz com maestria “Abrigo”:“Pois já é tarde / Eu posso me esconder / Do teu lado / Quando o universo desaparecer”.

A melhor música do álbum, junto com “Almaflor”, é “Tantas São” e traz uma ótima parceria com Renan Inquérito, cativa e empolga: “Às vezes gosto da solidão / Às vezes não / Às vezes sou chuva de verão / Às vezes Sol”. 

Shows lotados e hit atrás de hit, será o ano da trupe O Teatro Mágico?

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