1cd: Paulo Miklos – A Gente Mora no Agora

O eterno titã Paulo Miklos lançou o ótimo álbum A Gente Mora no Agora, ótimo porque gostei de nove das treze faixas, algo difícil de acontecer no atual cenário do rock nacional. Algumas músicas em que Miklos se aventura pelo samba, não me chamaram atenção, em compensação outras ele acertou a mão em cheio. “Deixa de Ser Alguém”, em parceria com Arnaldo Antunes, é estranha com seu ritmo carnavalesco mas anima qualquer um. “Todo Grande Amor” é uma parceira com Silva, com refrão fácil tem tudo pra se tornar um hit radiofônico. “Risco Azul”, com Céu e Pupillo, é marcado por piano e Paulo Miklosbatidas em cima de uma letra bem construída. A balada pop composta por Guilherme Arantes, “Estou Pronto” é uma declaração de amor impecável e perfeita: “Estou vivo, estou pronto / Estou amando de novo / O meu destino é ser feliz / Começo cada dia a teu lado te amando mais”. “Afeto Manifesto” é um baião lento, composta por Lurdez da Luz e fica perfeita na voz de Miklos. Enquanto que “Princípio Ativo” balada com a cantora Céu é levada num dedilhado de violão, doce e singela. E o disco fecha com mais uma bela parceria com Tim Bernardes, “Eu Vou”: “Não vou mais aturar  / Baixo astral na minha vida / Não vou mais carregar / O peso e a dor que não é minha”.

Mas ele se sai melhor no terreno que conhece bem e entrega as duas melhores faixas do álbum, pelo menos na minha opinião: em “Samba Bomba”, que não é samba, mas sim um baita rock em parceria com Tim Bernardes (guitarrista da banda O Terno) e na baladaça “Vou Te Encontrar”, em parceria com Nando Reis: “Nas ondas do mar / Nas pedras do rio / Nos raios de sol / Nas noites de frio / No céu no horizonte / No inverno e verão / Nas estrelas que formam uma constelação / Vou te Encontrar”.

1clássico: Talking Heads – Psycho Killer

TALKING HEADS ARCHIVE PHOTOTalking Heads foi fundada em 1974 em Nova York, EUA. Formada por David Byrne, Chris Frantz, Tina Weymouyh e Jerry Harrison, a banda fundiu rock, new wave e world music à ritmos africanos. Mas ganhou notoriedade em 1975 quando abriu um show do Ramones, no lendário CBGB’s Club. Além de vocalista e principal nome da banda, David Byrne foi produtor de diversos álbuns (inclusive de músicos brasileiros) e dirigiu o filme “True Stories“. A banda lançou oito álbuns e alguns hits: “This Must Be 

The Place (Naive Melody)”, “(Nothing But) Flowers”, “Wild Wild Life”, “Once in a Lifetime”, entre outras. Mas o máximo clássico da banda é “Psycho Killer”, com uma linha de baixa pulsante e o refrão pegajoso: “Psycho killer / Qu’est-ce que c’est / Fa, fa, fa, fa, fa, fa, fa, fa, fa, far better / Run, run, run, run, run, run, run away”.Talking_Heads_77
A música é sobre um serial killer e seus pensamentos: “Você começa uma conversa que nem pode terminar / Você está falando bastante mas você não está dizendo nada / Quando não tenho nada para dizer meus lábios ficam selados / Dizer uma coisa uma vez, por que dizê-la novamente?”

O clássico ainda hoje é relembrado por muitas bandas: ganhou versão com peso de bandas como Velvet Revolver e One Bad Son, som eletrônico com Black Migthy Wax ou balada com Bruce Lash, mas eu acho que as duas melhores versões: é pop rock do PHISH e a balada arrastada de ZED, duas ótimas regravações.    

1clássico: Led Zeppelin – Since I’ve Been Loving You

Eu acho que o LED ZEPPELIN, junto com o Pink Floyd, é a melhor banda de rock de todos os tempos. Não tem como dizer que uma é melhor do que a outra, assim como não tem como escolher apenas 1clássico do Led. Pensando assim, esta é a primeira resenha desta excepcional banda. E uma das grandes é “Since I’ve Been Loving You”, do álbum Led Zeppelin III, lançado em 1970. A gravação desta balada blues ao vivo, tem solos intensos da guitarra de Jimmy Page e Robert Plant descarrega a dor de um “corno metaleiro (?)”.
“Trabalhando das sete às onze, todas as noites / Isso faz da vida um saco, acho que isto não está certo / Eu realmente, tenho bancado o perfeito idiota eu fiz o que pude… / … / Você se lembra mulher, quando eu bati em sua porta? / Eu disse que você se atreveu a me falar que não me queria mais, é / Eu abro minha porta da frente e escuto minha porta dos fundos bater / Você deve ter um desses amantes mais jovens.”

1filme: Unlocked

Unlocked

“Unlocked” virou Conspiração Terrorista no Brasil e para um filme de espionagem, a falta de bombas, ação e explosões não influencia o ritmo da trama e o diretor Michael Apted entrega um bom filme. Noomi Rapace foi a escolha perfeita para viver uma ex-agente da CIA no filme, pois trouxe uma atuação digna de sua melhor fase (2009 filmou a trilogia sueca Millennium, sucesso em livros de Stieg Larsson) e deixa a trama mais envolvente. Quando Noomi Rapace descobre uma conspiração que compromete a CIA profundamente, ela tenta encontrar ajuda nas poucas pessoas em quem ainda pode confiar, iniciando assim uma perigosa corrida contra o relógio para descobrir quem está por trás do esquema e tentar evitar um mortífero ataque biológico à Londres. Orlando Bloom tem atuação fraca, mas não compromete o filme, pois John Malkovich e Michael Douglas seguram as pontas e vale a pena o entretenimento.
Sinopse: Alice Racine (Noomi Rapace) é uma conceituada ex-agente da CIA agora distanciada desse mundo, é contactada por Bob Hunter (John Malkovich), seu ex-director, que lhe pede ajuda para interrogar um prisioneiro com ligações a um grupo terrorista que planeia um ataque em grande escala em Londres. Alice consegue fazer com que o suspeito colabore. Porém, quando está prestes a transmitir as informações aos seus superiores, recebe um telefonema de um antigo colega que a leva a crer ter sido ludibriada. Ao perceber que foi alvo de traição, Alice tem de encontrar um modo de escapar sem revelar toda a informação que possui… Antes que seja demasiado tarde.

 

 

1cd: Paralamas do Sucesso – Sinais do Sim

É claro que o rock evolui, mas que bandas brasileiras de rock fazem grande sucesso? Não Paralamas-Do-Sucesso. - Sinais do SImtem. Podemos citar boas bandas como: Maglore, Los Porongas, Vivendo do Ócio, O Teatro Mágico, O Terno, Boogarins, The Muddy Brothers, Vanguart, Far From Alaska, Scalene, Autoramas, Supercombo, Ego Kill Talent, e algumas outras, mas nenhuma, nenhuma mesmo, vai fazer o estardalhaço que grandes bandas do rock nacional fizeram nos anos 80, do Rio Grande do Sul à Bahia.

Mas o melhor é que as bandas dos anos 80 estão ressurgindo e sempre com ótimos álbuns, que é o caso deste “Sinais do Sim” da banda Paralamas do Sucesso. Simples, direto e cheio de hits. A Paralamas-Do-Sucessomúsica de abertura “Sinais do Sim”, já demonstra que o bom e velho Paralamas do Sucesso não perdeu a mão para compor: “Eu sei que teu coração é meu / Que algo em mim te convenceu / De que o melhor está por vir”.
As baladas ainda continuam em alta e “Teu Olhar” explora bem isso, “Sempre Assim” tem levada reggae típica dos Paralamas, enquanto que “Contraste” já inicia com o barulho de guitarras, que chega a lembrar Santana. “Medo do Medo” era um rap português. Sim, era, pois virou um baita ska.

As duas melhores músicas do disco, pelo menos pra mim, são: “Corredor” rock básico e “Não Posso Mais”, com muito swinge e refrão pegajoso, hit radiofônico certeiro: “Eu não posso mais / Não posso mais / Não posso mais / Não posso mais viver / Sem você”.
Sim, sou nostálgico. E por isso, este é um dos melhores lançamentos do rock nacional do ano (pelo menos, por enquanto).