Conto: “Eu Ainda Quero Você” – Parte II


Apesar de serem de mundos diferentes, Joel e Milton descobriram juntos o que estava acontecendo com eles desde que se conheceram, tudo ao seu tempo e sem pressa. Eles decidiram manter a complexa amizade, algo puro e sincero, sem expectativas além do respeito mútuo e deixando o tempo mostrar o melhor caminho para ambos. O amor verdadeiro que brochava entre eles não precisava ser possessivo ou destrutivo e nem as relações humanas tão complexas. Mas o tempo e o desejo ruge de uma forma implacável. 

Joel estava em seu retorno ao Brasil cercado por uma mistura de emoções. Os meses em Lisboa haviam sido um tempo de descoberta e autoconhecimento, ele havia aprendido a se amar e a se valorizar de maneiras que nunca imaginou. As mensagens trocadas com Milton durante sua ausência mantiveram uma chama acesa, um fio delicado que o ligava a alguém que, até então, era apenas um sonho distante. Mas a aliança de Milton, essa presença sempre visível, sussurrava a Joel que ele deveria respeitar limites. 🛬

Ao desembarcar no aeroporto, o cenário familiar o envolveu de forma nostálgica e reconfortante: o cheiro da chuva que se misturava ao asfalto, a algazarra dos passageiros e o calor do clima brasileiro o acolheram de volta. Mas a expectativa pulsava silenciosa em seu peito: e Milton? O que iria acontecer agora que estava de volta?

Após alguns dias, o reencontro foi marcado. O restaurante em que Milton trabalhava tinha uma atmosfera acolhedora, cheia de memórias e risadas. Foi no meio da tarde, sem muitos fregueses ao redor, que Joel entrou no local e logo começou a sentir os nervos e a emoção tomarem conta de seu corpo. Soube, em cada passo que dava, que poderia ser um momento definidor de suas vidas. A música que agora preenchia todo o ambiente era “Trust in Me”, cantada por Etta James, parecia irônico, pensou Joel. Talvez Milton nem sequer soubesse do que a música falava, mas devido à situação dos dois, parecia, além de irônico algo de destino, pois tinha um verso que Joel adorava: “Fique ao meu lado, fique ao meu lado em todos os momentos”. 🎶

Quando Milton surgiu, avistando-o do balcão, seu coração pulou. O garçom, sempre tão vibrante e alegre, ainda tinha aquele sorriso que irradiava luz. O olhar de Milton encontrou o de Joel — uma cumplicidade silenciosa que dizia mais do que palavras poderiam expressar. A aliança ainda estava lá, mas hoje as sombras do passado não pareciam tão ameaçadoras.

“Oi, você está diferente,” falou Milton, com um sorriso que parecia eclipsar qualquer insegurança, seguido de um aperto de mãos e um abraço caloroso, que estremeceu todo o corpo de Joel. Eles se acomodaram em uma mesa distante, como se o resto do mundo não importasse. A conversa fluiu naturalmente, como se toda a distância nunca tivesse existido de fato. Joel compartilhou as histórias de Lisboa, das praças e cafés visitados, das 14 horas diárias de trabalho até sobre bons vinhos que tinha degustado, enquanto Milton falava sobre seu dia a dia como garçom, a filha e a esposa.

Mas, em meio à leveza das palavras, havia o peso de uma decisão latente e Milton finalmente revelou sua realidade, o compromisso que o prendia: “Vou ser honesto, Joel. Eu ainda não sei tudo o que está acontecendo entre nós, mas não quero perder você. Eu sei o que isso significa, mas também sei que o que sinto é real.” A sinceridade em sua voz fez o coração de Joel acelerar. Um silêncio pesado se instalou. O peso da escolha estava ali, no ar, e ambos sabiam disso. Joel buscava no olhar de Milton quaisquer indícios de dúvidas. Milton, por sua vez, estava mais decidido do que nunca. “Sei que isso não é fácil. Minha vida é complicada, mas… não posso ignorar o que sentimos”, disse, enquanto brincava nervoso com a aliança em seu dedo.

A noite chegou cedo enquanto ainda conversavam. O mundo ao redor se tornava insignificante, e ali, sob o calor do café, duas almas se encontravam em um turbilhão de emoções. O desejo guardado e as expectativas do futuro estavam tangíveis, mas as consequências ainda pairavam. “O que faremos?” Joel perguntou, sabendo que, independentemente da resposta, suas vidas entrariam em uma nova direção. Milton hesitou, “Podemos começar a nos conhecer melhor e então veremos onde isso nos leva?”

Joel colocou a mão sobre a de Milton, num gesto de conforto: “Eu não quero que você escolha entre mim e sua família. Eu só quero que você seja feliz, do jeito que for. Se for comigo, ótimo. Se não for, eu vou entender”. Milton olhou para Joel e, pela primeira vez, permitiu que os sentimentos falassem mais alto. Ele inclinou-se para frente e, num gesto impulsivo, beijou Joel. Foi um beijo curto, mas intenso, cheio de todas as emoções que ele vinha reprimindo. Enquanto caminhavam para fora do café, lado a lado, a conexão que havia ficado latente durante meses transformava-se em luz e esperança. Mas a realidade estava ali, contundente. A esposa de Milton e a filha eram parte integrante de sua vida. A possibilidade de um novo amor trazia consigo um espectro de mudanças que nenhum deles poderia ignorar. 

Aquilo parecia um caminho arriscado, mas o tempo não tinha como voltar. Entre um gole de café e outro, eles concordaram que o sol bonito do amor que surgia poderia iluminar os sentimentos que foram compactados por tanto tempo. Contudo, as sombras não eram silenciosas e cada decisão traria reflexos na vida da esposa e da filha de Milton. E essa seria a conversa mais difícil que Milton teria na vida, explicar que estava tentando proteger a família e que não achava que estava vivendo apenas uma aventura com Joel. O passar dos dias mostrou que Milton estava certo e o deixou desconfortável, ele vivia uma dualidade: em casa, era o marido e pai dedicado e com Joel, era um homem redescobrindo-se, explorando um lado que nunca havia permitido florescer.

Mesmo que ele e a esposa não transassem com frequência após o nascimento da filha, onde ambos sempre achavam desculpas para nada acontecer, a inquietação era por esconder dela uma relação que dia após dia o fazia mais feliz. Então numa noite, depois de colocar a filha para dormir, ele sentou-se com a esposa e decidiu contar a verdade.

O casamento não sobreviveu à revelação e a separação foi dolorosa, mas necessária. Ele e a esposa decidiram manter a amizade pelo bem da filha, mas o relacionamento que antes era sólido agora era apenas uma lembrança. Com o tempo, Milton e Joel começaram a construir uma vida juntos, foi um caminho cheio de desafios, mas também de descobertas e felicidade. Milton aprendeu a equilibrar sua nova vida com a responsabilidade de ser pai e Joel encontrou no relacionamento com Milton a conexão que sempre procurou.

No final, a atitude de Milton de enfrentar seus sentimentos e ser honesto consigo mesmo e com os outros mudou a vida de todos. Foi um caminho difícil, mas necessário, que mostrou que o amor, em suas muitas formas, pode ser tanto uma fonte de dor quanto de redenção. 🥰

Conto: “Eu Quero Você” – Parte I


Neste conto vamos explorar a história de Joel e Milton que eram de mundos totalmente diferentes: Joel, 50 anos, advogado e com a vida financeira estabilizada, não teve filhos e depois de dois casamentos fracassados, começou a pensar em viver novas aventuras. Milton 42 anos, garçom em dois restaurantes, casado, uma filha de 6 anos, ainda passava alguns perrengues para fechar as contas do mês, mas tinha um casamento muito feliz a vinte anos. Todos os dias, os problemas eram sempre enfrentados com um sorriso no rosto.


Deu-se o acaso, em um dia chuvoso, de Joel entrar no restaurante em que Milton era garçom e Joel se sentiu feliz, pois Milton era fisicamente o desejo de Joel: com um rosto bonito e alegre, boca perfeita, “meio” acima do peso e forte. Uma pegada mais para o lado italiano, mas com a fofura que Joel sempre sonhava. Contudo a primeira coisa que Joel notou foi a aliança na mão esquerda de Milton, o que precocemente o fez repensar seus desejos. Enquanto Joel era mais maduro, tímido e, sempre carregando o peso de ser gordo, desde criança ele não conseguia emagrecer, mas isso nunca foi um problema para ele viver bem e ser feliz.

A aproximação entre Joel e Milton começou de forma sutil, quase imperceptível, como um fio de seda que se tece lentamente entre dois mundos que nunca deveriam se cruzar. Joel, acostumado à rigidez do direito e à frieza de seus casamentos fracassados, sentiu-se imediatamente atraído pela alegria que emanava de Milton. Era algo que ele não encontrava em sua vida há muito tempo. Milton, por sua vez, notou o olhar mais demorado de Joel, a forma como ele sorria discretamente ao ser atendido, mas manteve a postura profissional, sempre cordial e gentil.

Não demorou para as trocas de olhares se transformarem em conversas breves. Joel, com seu jeito tímido e cauteloso, começou a frequentar o restaurante regularmente e um involuntário ritual se estabelecia. Ele gostava de pedir o café especial e, enquanto esperava, deixava que suas mãos se encontrassem com a de Milton ao receber a xícara. Era um toque sutil, um convite sem palavras. Milton, percebendo a tensão de Joel, sentiu a necessidade de se proteger: a aliança em sua mão era um lembrete constante do seu compromisso. Mas a alegria que havia em seus olhos ao receber Joel era inegável. Ele, também, se sentia atraído, mas sabia que os limites eram necessários. A vida era complicada o suficiente.

A iniciativa partiu de Joel, embora ele tentasse se convencer do contrário. Certo dia, ao pagar a conta, ele deixou cair discretamente um bilhete com seu número de telefone e a mensagem: “Se algum dia quiser conversar, estou aqui.” Milton achou o gesto inusitado, mas não pôde negar que se sentiu lisonjeado. Joel era um homem interessante, maduro, e havia algo em sua seriedade que contrastava com a leveza que Milton carregava. Ele guardou o bilhete, hesitante, mas não o descartou. As primeiras mensagens foram tímidas, quase formais. Joel perguntava sobre o restaurante, o clima, coisas banais. Milton respondia com bom humor, sempre mantendo uma distância respeitosa. Aos poucos, porém, a conversa foi se aprofundando. Joel começou a compartilhar fragmentos de sua vida, suas decepções, seus medos. Milton, por sua vez, falava sobre sua filha, seu casamento feliz, mas também sobre os desafios de conciliar dois empregos e as dificuldades financeiras. Havia uma cumplicidade crescente entre eles, uma conexão que nenhum dos dois esperava.

Joel, no entanto, sempre se conteve. A aliança no dedo de Milton era um lembrete constante de que ele não poderia ultrapassar certos limites. Ele respeitava o casamento de Milton, admirava até mesmo a felicidade que ele descrevia e Joel não queria ser o motivo de qualquer ruptura naquela família. Mesmo quando as mensagens ficavam mais quentes, quando os elogios se tornavam mais ousados, Joel se segurava. Ele sabia que o desejo que sentia por Milton era intenso, mas também sabia que algumas fronteiras não deveriam ser cruzadas. Um dia, em meio a risadas sobre um cometimento de erro culinário, Joel teve coragem. “Você tem um sorriso contagiante, sabia?” Naquele momento, Milton percebeu que a amizade estava se transformando em algo mais profundo. O coração dele pulsou forte, e a atratividade crescente na troca de mensagens ao longo de semanas era um sinal de que ambos estavam prontos para uma aventura, ou uma armadilha.

Quando Joel recebeu uma proposta de trabalho e mudar para Lisboa, Portugal, viu aquilo como uma oportunidade de se afastar, de colocar uma distância física entre ele e Milton. Ele contou a Milton sobre os detalhes da proposta, salário e benefícios, e os dois concordaram que seria um momento de realmente apostar e Joel ter a independência financeira que sempre quis. E este período eles tirariam para refletir o que estava acontecendo com suas vidas desde que se conheceram. Durante os meses em Lisboa, Joel mergulhou no trabalho como uma distração. As mensagens entre eles diminuíram, mas nunca cessaram completamente. Milton, por sua vez, sentiu a ausência de Joel de uma forma que não esperava. Ele começou a questionar coisas que nunca havia questionado antes, mas sempre se agarrava ao amor que sentia por sua esposa e filha.

Portugal estava sendo uma experiência esplêndida, mas cada pôr do sol trazia o desejo de compartilhar o momento com alguém que não estava lá. As mensagens entre eles tornaram-se frequentes e calorosas, cheias de anseio e promessas implícitas: “Espero que um dia você me mostre esses lugares incríveis”, Milton escreveu certa noite. Joel sentiu o frio na barriga, mas optou por não ultrapassar aqueles limites: “Quem sabe um dia, quando voltar”, respondeu, articulando sua contenção.

Oito meses após sua partida, Joel decidiu voltar. A consciência de que havia algo especial com Milton o acompanhou durante toda a viagem e ele contava os minutos para reencontrá-lo, mesmo com o receio da realidade: o que aconteceria com a aliança de Milton? 

Conto: “Pequenas Coisas Perfeitas”

Neste conto vamos detalhar a vida de Vera, uma senhora viúva de 57 anos, e quais as três pequenas coisas que são perfeitas para ela, mesmo num dia em que o mundo parece desabar em suas costas. Vera reza: não pede nada, apenas agradece todos os dias por estar viva e por não faltar nada. Vera ri: por mais que as pessoas pensam que não, mesmo sozinha, Vera é feliz. Vera ajuda: da sua maneira, Vera consegue tempo e disposição para ajudar as pessoas, seja com um aconchegante abraço que oferece aos sábados na avenida paulista ou servindo refeições aos domingos na mesma avenida movimentada de Sampa. 

Vera acordava cedo, como de costume e o sol ainda tímido entrava pela janela do pequeno apartamento no centro de São Paulo, iluminando o quarto simples, mas aconchegante. Aos 57 anos, viúva há quase uma década, ela havia aprendido a encontrar beleza nas pequenas coisas da vida. Não era uma vida de luxos ou grandes aventuras, mas era uma vida cheia de significado e isso bastava para deixar sua vida feliz.

A primeira coisa que Vera fazia ao acordar era rezar. Sentada na beirada da cama, com as mãos entrelaçadas e os olhos fechados, ela não pedia nada. Apenas agradecia. Agradecia por mais um dia de vida, pela saúde que ainda a mantinha ativa, pelo teto que a abrigava e pela comida que nunca faltava em sua mesa. Vera acreditava que a gratidão era a chave para a felicidade, e por isso, cada manhã era um ritual de reconhecimento pelas bênçãos que recebia, por menores que fossem.

Depois da oração, Vera se levantava e preparava o café da manhã. Enquanto o pão torrava e o café coava, ela olhava pela janela, observando a cidade que começava a despertar. São Paulo era uma metrópole frenética, mas Vera encontrava paz no seu cantinho. Ela sorria sozinha, sem motivo aparente, apenas porque sentia que a vida, mesmo com suas imperfeições, era boa. As pessoas costumavam achar estranho que uma mulher sozinha pudesse ser feliz, mas Vera sabia que a felicidade não dependia de companhia constante. Dependia de como ela escolhia enxergar o mundo. E ela escolhia enxergar com gratidão e leveza.

Aos sábados, Vera tinha um compromisso que ela considerava sagrado: pegava seu casaco, colocava um lenço colorido no pescoço e seguia para a Avenida Paulista. Lá, ela se juntava a um grupo de voluntários que ofereciam abraços gratuitos aos transeuntes. Vera acreditava no poder de um abraço. Era uma forma de dizer, sem palavras, “você não está sozinho”. Ela via as pessoas chegarem hesitantes, algumas até desconfiadas, mas saíam com um sorriso no rosto. E Vera sorria de volta, sentindo que, de alguma forma, estava fazendo a diferença.

Aos domingos, o ritual era outro: Vera acordava ainda mais cedo e ia para a mesma Avenida Paulista, mas desta vez para servir refeições a quem precisava. Ela ajudava a montar as mesas, distribuía pratos de comida quente e conversava com as pessoas que ali chegavam. Para muitos, aquela era a única refeição digna da semana. Vera não via caridade naquilo, via humanidade. Ela acreditava que ajudar os outros era uma forma de se conectar com o mundo, de sentir que fazia parte de algo maior.

À noite, de volta ao apartamento, Vera sentava-se na poltrona preferida, com um livro nas mãos e uma xícara de chá ao lado. Ela refletia sobre o dia, sobre as pessoas que havia conhecido, os sorrisos que havia compartilhado e os abraços que havia recebido. E, mais uma vez, agradecia. Agradecia por ter forças para ajudar, por ter um coração que ainda sabia amar e por ter encontrado, nas pequenas coisas, a verdadeira felicidade.

Vera não tinha uma vida de grandes feitos ou conquistas materiais. Mas tinha algo que muitos buscavam e poucos encontravam: a paz de espírito que vem da gratidão, da capacidade de sorrir mesmo nos dias difíceis e da vontade de ajudar o próximo. E, para ela, isso era mais do que suficiente, era perfeito.

Conto: “A Dor e a Tristeza”

O retorno da praia, num final de semana normal não poderia ter terminado de forma pior, pensavam alguns, afinal apenas Gael havia sobrevivido no terrível acidente que tirava a vida de seus pais e mais quatro pessoas em outros dois carros. O motorista do caminho, causador do acidente, também havia sobrevivido e com poucos arranhões, apesar de não estar bêbado, foi o causador do acidente por ter dormido ao volante. 

Gael, mesmo sabendo que o motorista do caminhão foi o causador do acidente, se sentia culpado por chamar a atenção dos seus pais várias vezes na rodovia, pois sempre queria mostrar algo no celular ou no tablet. Ele estava triste e essa tristeza se transformava em dor, não dor física, mas somente emocional. A tristeza erguia obstáculos diariamente e ele não conseguir transpor, pois cada tentativa o consumia a ponto dele ficar exaurido.

E ele sentia dor. Uma dor pulsante que crescia em seu interior e cada vez mais o sufocava. Sentia a dor da perda o arranhar, deixando marcas não expostas. 

Dor, tristeza e desespero, sentimentos complexos e abafados mesmo numa cidade como São.

(imagem gerada por IA)

Mesmo sendo bonito, ainda com vinte anos, uma situação financeira estável e um emprego que lhe proporcionava semanas em casa, sem contato humano, Gael sentia que em nenhum momento isso mudaria, a dor e a tristeza dele seriam eternas. Sem buscar ajuda ou amigos que se importavam com ele, Gael fez o que imaginava que seria o melhor para ele: suicidou-se. 

Não houve comoção, não houve questionamentos pois ninguém conhecia Gael, poucos tiveram contato com ele. Gael era mais um invisível na grande São Paulo, sem estrutura e sem futuro.

Conto: “Minha Solidão é Maior do que o Mundo”


Alberto, um homem de 35 anos, nascido no interior de Santa Catarina, estudou e se formou na pequena Forquilhinha, próxima a Criciúma, e decidiu ir para o mundo, seu principal objetivo: a grande São Paulo. Mesmo obstinado a seguir seus objetivos e sonhos, Alberto logo descobriu como São Paulo e seus habitantes poderiam ser tão frios e passionais. 
A casa que herdara em Forquilhinha não comprava um apartamento em São Paulo e ele teve que se contentar com um pequeno apartamento, pagando aluguel, mas com a comodidade de morar próximo de boas opções de deslocamento e segurança. Não era o ideal mas era o que seu dinheiro poderia pagar até conseguir um emprego. Logo, morando em um pequeno apartamento no coração da cidade, se sentiu cercado por uma solidão que parecia se estender além dos limites do mundo conhecido. Sem amigos próximos e sem parentes vivos.

Cada dia era uma jornada solitária e melancólica para Alberto, cujos passos ecoavam nos corredores vazios de sua existência. As paredes de seu apartamento se tornaram testemunhas silenciosas de suas angústias e anseios, refletindo o vazio que preenchia seu coração solitário. A solidão de Alberto era como uma sombra que o seguia aonde quer que fosse, envolvendo-o em um manto de tristeza e desamparo. As ruas movimentadas da cidade pareciam distantes e estranhas, enquanto ele se afundava em um mar de pensamentos e memórias que o atormentavam dia e noite.
A concorrência por uma vaga de trabalho e os esforços despendidos diariamente só confirmaram o que ele sempre ouvia: a vida em São Paulo era feroz, assim como a cidade pulsava também expulsava muita gente. O desafio de sobreviver ia muito além de querer morar na cidade. O tão esperado consolo, era cada vez mais difícil e Alberto encontrava algum conforto nas melodias suaves de sua coleção de discos de vinil. A música se tornou sua companheira silenciosa, preenchendo o vazio de sua solidão com beleza e poesia. 

Em meio à escuridão de sua existência solitária, uma luz inesperada surgiu no horizonte de Alberto. 

Conheceu Maria, uma jovem artista de alma livre e sorriso luminoso, cuja presença trouxe um novo significado à vida outrora vazia e monótona de Alberto. Por meio de sua amizade improvável, Alberto descobriu que a solidão não era uma sentença permanente, mas sim um convite para explorar os recantos mais profundos de sua alma e encontrar a conexão que tanto ansiava. Maria o ensinou a abrir seu coração para a beleza do mundo e a compartilhar suas dores e alegrias com alguém que verdadeiramente o compreendia. Ele percebeu que a solidão não precisava ser um fardo insuportável, mas sim uma jornada de autodescoberta e crescimento. Juntos, eles navegaram pelas águas turbulentas da vida, enfrentando desafios e celebrando conquistas, unidos pelo laço indissolúvel da amizade e da compaixão. 

Em pouco tempo, Alberto começou a ver a sua vida por outro ângulo, decidiu parar de reclamar, a priorizar objetivos, dando um passo de cada vez, e tendo um propósito na vida, logo estava empregado e reconectado com pessoas na fria São Paulo. Esse período de solidão tornou-se um testemunho da resiliência do espírito humano e da capacidade de cura que reside no poder do amor e da empatia.

Conto: “O Caminho da Desilusão”

Leda, 26 anos, é uma mulher frágil, sempre foi muita restrita com sua vida pessoal, com poucos amigos e o mínimo de romances. Desconfiada, em alguns momentos pecando até pela ingenuidade, não deixava muito que homens e mulheres fizessem parte da vida amorosa. Desde que decidiu mudar-se da periferia de Curitiba para uma área residencial mais próxima do trabalho, seus poucos amigos sumiram. Devido a correria de MBA e o trabalho, essa era sempre a desculpa, pouco visitava seus pais. Leda queria e gostaria de ter uma relação amorosa duradoura, mas essa esperança de uma conexão real permanecia dentro dela. E somente ela poderia decidir como é quando isso aconteceria.

O novo cargo de Gerente Financeira de Leda, trouxe outras responsabilidades para a jovem ambiciosa: reestruturar a área financeira, primeiro em Curitiba e depois em todas as filiais do Brasil. Suas horas de trabalho invadiam suas horas pessoais, levava trabalho para finalizar em casa todos os dias e quando não tinha aula de MBA fazia a mesma coisa. Mesmo em seus finais de semana continuava com a mesma pegada: trabalho, estudo e TV, pelo menos algumas séries chamavam sua atenção e era o único momento de descontração e repouso. Num dos poucos almoços no horário normal, dividindo a mesa em um restaurante lotado, ela conheceu Marcos, representante de vendas de uma empresa de software que morava em São Paulo e tinha uma agenda agitada em Curitiba. A primeira troca de olhares e o mínimo de conversas gerou outros encontros da mesma maneira. Até que em um determinado momento, Leda decidiu aceitar o convite de Marcos para um happy hour. As duas horas em que Leda ficou no bar fluiu de uma maneira leve. Leda logo se encantou por Marcos.

O primeiro encontro virou outros, com Leda saindo um pouco de sua rotina mas sempre focada no trabalho, nada a fazia perder este foco mas ela diminuiu a intensidade de levar trabalho para casa nos dias de semana, os finais de semana permaneciam iguais, já que Marcos nunca estava em Curitiba nestes dias. Em uma determinada noite fria em Curitiba, o happy hour terminou rápido para os dois, que seguiram para o hotel onde Marcos sempre se hospedava e a noite acabou em sexo, em um momento lindo para Leda.

Sempre que Marcos estava em Curitiba, eles se encontravam para passar algumas noites juntos, sempre no hotel em que Marcos estava hospedado. As poucas noites que passavam juntos e alguns momentos no almoço, Leda percebeu que Marcos não atendia alguns telefonemas e assim, a jovem começou a desconfiar de algumas atitudes de Marcos. Estranhou também que Marcos não tinha nenhuma rede social e não gostava de tirar e compartilhar fotos. Leda resolveu investigar um pouco mais a vida de Marcos: os happy hours tinham mudado de bar, eles já não conheciam as pessoas do bar que haviam iniciado os encontros. E Marcos sempre dava a desculpa de que ali ficariam mais sossegados. Marcos havia convencido Leda que as melhores noites para se encontrar seriam as terças e quintas, pois eram os dias com menos movimento na empresa onde ele estava dando consultoria. Leda conhecia a empresa e sabia que isso era verdade, mesmo assim estava desconfiada. Num final de semana numa extensa pesquisa devido a uma foto da equipe de Curitiba que estava comemorando a assinatura do contrato com a empresa em que Marcos trabalhava, Leda lê o comentário: “Parabéns Querido, vocês merecem. 😘😘😘”.

O mundo de Leda desabou e ela não sabia como se sentia, um misto de raiva e frustração: o amor, era somente ela que sentia, enquanto que para Marcos era apenas mais uma aventura e sexo? Ela era mais uma boba que caiu nas mentiras de um aventureiro? As emoções de Leda iam da curiosidade ao desespero: será que ela ainda continuava sendo enganada, mesmo já sofrido isso em outros momentos? Porque isso tudo acontecia com ela? Os homens a achavam frágil, desesperada e tola? Muitas perguntas e poucas respostas. Determinada a desvendar os segredos de Marcos, Leda mergulhou em uma investigação que revelou a dolorosa verdade: Marcos era casado e pai de dois filhos, assim o mundo de Leda desabou diante da descoberta. O amor que ela acreditava ser único e especial, era apenas mais uma aventura para Marcos. A decepção e a tristeza tomaram conta de seu coração, e ela se viu perdida em um mar de emoções conflitantes.

Em meio à dor da traição, Leda enfrentou o desafio de seguir em frente e reconstruir seus sonhos. Com coragem e determinação, ela se ergueu das cinzas da desilusão e encontrou em si mesma a força para recomeçar. O destino de Leda não estava mais atrelado a um amor falso, mas sim à sua própria jornada de autoconhecimento e superação.

Conto: “Cansei de Rir para Não Chorar”

Leonel, ou Léo, era um jovem negro de 26 anos, extremamente inteligente e talentoso. Apesar de sua brilhante mente e sua habilidade acima da média, ele enfrentava desafios e obstáculos que muitas vezes eram fruto do preconceito e da discriminação racial. Empregado em um grande banco, onde ele já atuava a quatro anos e sem reconhecimento, Leonel observava seus colegas brancos sendo favorecidos, tendo mais oportunidades do que ele e em melhores posições. Mesmo diante das dificuldades e das injustiças que enfrentava, Leonel mantinha uma autoestima inabalável e uma atitude positiva perante a vida. Ele nunca permitiu que as situações adversas o derrubassem. Em vez de ceder à tristeza e à raiva, Leonel escolhia rir para não chorar. Ele encontrava humor e leveza nas situações difíceis, transformando a dor em sorrisos e a desilusão em piadas.

Ao longo de sua vida, Leonel enfrentou inúmeras decepções e desafios. Ele viu suas oportunidades serem limitadas, seus esforços serem subestimados e seus talentos serem menosprezados. No entanto, em vez de se deixar abater, ele usava o humor como uma forma de resistência. Ele transformava a dor em comédia, a rejeição em sarcasmo e a discriminação em ironia. Leonel encontrava força na sua capacidade de rir diante das adversidades. Ele sabia que o riso era uma arma poderosa contra a tristeza e a injustiça. Ele escolhia enfrentar o mundo com um sorriso no rosto, mesmo que por dentro sentisse a dor da discriminação e da desigualdade.

Léo se recusava a ser definido pelos preconceitos que enfrentava, em vez disso, ele escolhia ser o protagonista de sua própria história, um herói que enfrentava as adversidades com coragem e humor. Ele sabia que, mesmo nas piores situações, o poder do riso podia transformar a dor em esperança, a tristeza em alegria e a desigualdade em igualdade. Também sabia que seus colegas o achavam um perdedor e submisso, por ter que aguentar tanta discriminação e, em alguns momentos, até humilhação. Mas Léo tinha um plano.

A vida de Léo começou a mudar quando ele recebeu um convite de um banco concorrente para assumir um cargo de Gerente. Em conversa no processo seletivo, Léo soube que tinha sido indicado por cinco pessoas, e o recrutador garantiu que todos falaram muito bem do caráter do rapaz, do profissionalismo e de suas habilidades fora do comum. Em quinze dias Léo estava contratado.

Numa segunda-feira, antes de iniciar seu expediente, o rapaz chega no seu gerente e pede demissão. A surpresa e um riso desprezível brotam no rosto do seu gerente, que tenta argumentar algo para não perder seu melhor funcionário. Mas Léo, como sempre, teve uma posição firme e decisiva. O desespero estampou a face do gerente que se viu vencido, quando Léo colocou a sua frente um papel timbrado de um banco com maior prestígio de onde ele estava, a proposta de cargo e salário muito superiores até do salário que o gerente ganhava ali saltou aos olhos.

Léo riu, não por menosprezo, mas sim porque o sarcasmo do gerente que tanto lhe prejudicou nos últimos quatro anos tinha sumido. E ele apenas queria sair de perto daquele local tóxico e seguir uma nova vida, mas continuar rindo, só que agora somente de alegria.

Conto: “A Difícil Arte de Amar”

Jorge era bom com números e antes de se formar já estava contratada por um grande fundo de investimentos de Recife, sua habilidade trouxe uma carreira meteórica e dinheiro rapidamente, ele quase não dormia para investir sua grava até mesmo nas bolsas asiáticas. Antes dos 30 anos, sem ninguém saber, Jorge já tinha mais de um milhão de reais na sua conta. E seus investimentos, sempre certeiros, engordavam mais a sua conta bancária. Mas Jorge se sentia sozinho e, até pela falta de conhecimento ainda da doença, acreditava que não podia amar, que seria apenas mais um solitário pois seus relacionamentos nunca acabavam bem e para evitar mais discussões ele resolvia cada vez mais se isolar das pessoas e ser feliz a sua maneira e do que ele realmente gostava de fazer.

Cansado de relacionamentos fugazes, pediu demissão, criou um blog de dicas de viagem e decidiu rodar o mundo a procura de novas experiências, embarcando em uma jornada de descobertas de lugares e todas as outras sensações que mais ansiava seu coração. Enquanto Jorge se aventurava pelo mundo, ele mergulhava em um universo de novas sensações e descobertas. Em cada país que visitava, ele se via desafiado a se adaptar a diferentes culturas, costumes e idiomas. Com seu TEA como uma lente única através da qual via o mundo, ele percebia nuances e detalhes que passavam despercebidos para os demais.

Em cada lugar, Jorge encontrava um pedaço de si mesmo. A cada encontro, a cada conversa com estranhos, ele se descobria mais empático, mais tolerante, mais aberto ao desconhecido. Suas experiências interculturais o enriqueciam e o transformavam, moldando-o em um ser humano mais completo e consciente de sua própria singularidade: em Paris, Jorge se encantou com a arquitetura majestosa e a arte que transbordava pelas ruas. Ele passava horas observando as pessoas, tentando decifrar suas expressões e comportamentos. Na Índia, a espiritualidade e as cores vibrantes o envolveram em um turbilhão de emoções. Ele se viu refletindo sobre a complexidade da mente humana e a beleza da diversidade.

Numa pequena vila na Toscana, foi que o destino pregou sua peça e Jorge conheceu Sofia, uma artesã de sorriso cativante. Entre risos e conversas sob o luar, ambos perceberam que o amor podia surgir nos lugares mais inesperados e Juntos, embarcaram em uma nova aventura, onde o TEA de Jorge era apenas mais um detalhe na bela tapeçaria do destino.

E assim, Jorge percebeu que seu TEA não era uma limitação, mas sim uma dádiva. Sua forma única de ver o mundo era o que o tornava especial, o que o conectava de maneira profunda com as pessoas e os lugares que encontrava em sua jornada. Ele abraçava sua singularidade com orgulho, sabendo que era parte essencial de quem ele era.

E com essa nova perspectiva, ele seguia adiante, pronto para novas descobertas e desafios que o aguardavam.

Conto: “O Canto Cego”

Uma tragédia inesperada atingiu Marlene, deixando-a cega e sem esperança. A perda de sua visão a mergulhou em um abismo de escuridão, onde ela se sentia perdida e sem rumo. Ricardo, seu marido, sentia a pressão de cuidar de uma esposa cega e desanimada, e isso começou a afetar a relação deles. A pressão de Ricardo para que Marlene se adaptasse à nova realidade era constante, e isso apenas aumentava o sentimento de desamparo da mulher. Marlene se via aprisionada em sua própria escuridão, sem saber como encontrar a luz novamente.

No entanto, em meio a toda essa dor e desolação, Marlene encontrou forças para se libertar. A separação de Ricardo foi o ponto de virada em sua vida e ela redescobriu sua vontade de viver intensamente, mesmo sem a visão. Ela se reconectou consigo mesma, encontrando uma nova forma de enxergar o mundo, mesmo estando cega fisicamente. Marlene sentiu um misto de alívio e incerteza, pois estar sozinha novamente era assustador, mas ao mesmo tempo, ela se sentia livre para explorar novos caminhos e redescobrir a si mesma. Foi nesse momento de vulnerabilidade e coragem que Marlene encontrou a luz no fim do túnel.

Decidida a seguir em frente, Marlene voltou a se dedicar à sua paixão pela música e o piano, que por tanto tempo ficou silencioso em sua casa, tornou-se sua companhia e refúgio. Com os dedos delicados tocando as teclas, Marlene se conectava com sua alma e expressava suas emoções de forma única e profunda. Um dia, enquanto tocava piano, Marlene sentiu uma vontade incontrolável de cantar. Sua voz, que por tanto tempo ficou calada, ressoou pelo ambiente, trazendo consigo uma mistura de tristeza e esperança. Era como se as notas musicais fossem a sua própria linguagem de cura, transformando sua dor em arte.

Marlene descobriu que, mesmo cega, sua capacidade de enxergar a beleza da música e transmitir emoções através do canto era infinita. Ela se tornou uma artista em sua própria jornada de autodescoberta, usando a música como um meio de expressão e libertação. A voz de Marlene ecoava pelos corredores da sua casa, atingindo os cantos mais obscuros de sua alma e iluminando cada pedaço de seu ser. Ela encontrou no canto e no piano uma nova forma de ver o mundo, uma visão que ia além das limitações físicas, transcendo os sentidos e alcançando a essência da sua existência. À medida que Marlene mergulhava mais fundo em sua paixão pela música, sua voz e habilidades no piano se tornavam ainda mais cativantes. O som da sua música preenchia os espaços vazios da sua casa, de seu prédio e até mesmo da rua onde morava, trazendo consigo uma atmosfera de serenidade e emoção. Uma noite, enquanto Marlene tocava uma bela canção da MPB no piano, ela sentiu aplausos suaves que ecoavam pela janela, revelando a presença de um público invisível, mas profundamente tocado pela sua interpretação.

Foi então que um dos clientes de um restaurante contemporâneo que ficava próximo à sua casa, conhecido por valorizar a arte e a cultura, ouviu a música de Marlene e ficou encantado com sua voz e talento no piano. Ele a chamou na janela e a convidou para se apresentar em uma noite especial no restaurante. Marlene, inicialmente surpresa e emocionada com o convite, sentiu um misto de ansiedade e entusiasmo. Era a oportunidade perfeita para compartilhar sua arte com um público mais amplo e mostrar ao mundo a beleza e a profundidade da sua música. No dia da apresentação, o restaurante estava repleto de pessoas ansiosas para ouvir a voz encantadora de Marlene e a melodia do seu piano. Ao começar a tocar e cantar, Marlene transportou a plateia para um mundo de emoções e sensações, onde a música transcendia as barreiras da linguagem e tocava a alma de cada espectador. Sua voz ecoava pela sala, envolvendo a todos em um abraço sonoro que acalmava corações e despertava sentimentos profundos.

Ao final da apresentação, o restaurante irrompeu em aplausos calorosos e sinceros, reconhecendo o talento único de Marlene e a magia que ela trazia através da sua música. Naquele momento, Marlene sentiu-se plena e realizada, sabendo que sua voz e seu piano tinham o poder de iluminar vidas e tocar almas.

hobbye: escrever é uma necessidade para evitar o stress

Uma das coisas mais legais da vida é saber que você tem tempo, mas o principal é você saber o que fazer com este tempo. Aproveitar o tempo é aproveitar a vida. E mesmo que tenhamos pouco tempo, apenas minutos, pode ser suficiente para fazer algo legal: um hobby.

UM dos meus hobbyes preferidos é escrever. Escrever sobre rock, séries, filmes, livros e situações do cotidiano. As ideias começam a permear a minha cabeça e alguns contos vão tomando forma e isso me trouxe a essa “brincadeira”, que podem parecer ingênuos, fracos, bobos? Mas que são feitos sem pretensão nenhuma, apenas desestressar. Você pode me dizer.

Viver é phoda, mas pode ser muito gratificante!