1dica: 🎬 série “Raul Seixas: Eu Sou” é um mergulho necessário, e controverso, na obra do Maluco Beleza

Raul Seixas: Eu Sou” é uma série biográfica que se aprofunda na complexidade e genialidade de um dos maiores ícones do rock brasileiro. O bom é que em vez de seguir uma cronologia linear, a série optou por uma narrativa fragmentada, explorando os devaneios, as lutas e as influências que moldaram a “metamorfose ambulante” que era Raul Seixas.

Ravel Andrade interpreta Raulzito e ele brilha de uma forma magistral, sua atuação é uma verdadeira imersão no universo do artista, capturando não apenas a aparência e os trejeitos, mas a essência do “maluco beleza”. É uma performance visceral e emocionante, que transmite a vulnerabilidade e a paixão de Raul pela música e pela vida. Outro ponto bacana da série é que os 8 episódios são nomes de musicas do Raul: “Let me sing”, “Mosca na Sopa”, “Medo da Chuva”, “Sociedade Alternativa”, “As Profecias”, “Maluco Beleza”, “Tente Outra Vez” e “Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás”. Outras boas atuações incluem João Pedro Zappa como o parceiro de longa data, Paulo Coelho, e Júlio Andrade, irmão de Ravel, que interpreta o pai de Raul, Raul Varella.

A série também se destaca por sua capacidade de recriar a atmosfera e o espírito de cada época, desde a efervescência da Bahia dos anos 60 até o auge e os desafios da fama. Em episódios como “Medo da Chuva” (o terceiro da série), por exemplo, a produção explora a infância de Raul e a origem de sua genialidade, mostrando como a letra de “Metamorfose Ambulante” já estava presente em sua mente ainda na juventude.

Do meu ponto de vista, o lado negativo foi ver a degradação do homem Raul Seixas: ele bebe, se droga muito e não respeita as mulheres. Isso é claramente exposto de uma fora crua e direta em todos os seus relacionamentos, sem papas na língua, é uma sensação de dor que deveria deixar todos indignados e causar revolta. Sempre vi Raul como um artista genioso mas conviver com ele deveria ser um inferno, com seu gênio difícil e sempre se colocando a frente de tudo e todos, que nem Paulo Coelho aguentou. Raul Seixas sempre foi um marido e amigo tóxico e, talvez, ele sabia disso, mas não queria acreditar ou aceitar.

“Raul Seixas: Eu Sou” é uma série obrigatória para quem gosta do rock nacional e uma homenagem à altura do legado do cantor, conseguindo traduzir em imagens a sua filosofia, sua música e sua vida. É uma obra que vai agradar tanto aos fãs de longa data quanto àqueles que desejam conhecer mais a fundo a trajetória desse artista que, mesmo após a morte, continua a influenciar gerações.

1trailer: filme “My Mother’s Wedding” (Prime Vídeo)

Três irmãs (Scarlett Johansson, Sienna Miller e Emily Beecham) retornam à casa de sua infância para uma ocasião memorável: o terceiro casamento de sua mãe duas vezes viúva (Kristin Scott Thomas). No fim de semana, a família se reúne para celebrar o novo casamento, mas mãe e filhas são forçadas a revisitar o passado e confrontar o futuro, tudo com a ajuda de um grupo peculiar de convidados inesperados.

1clipe: 🎥 “Say That You Love Me” da banda Letdown.

Letdown. é capitaneado pelo músico de Chicago Blake Coddington, com um som pesado e letras emotivas e delicadas a banda explora um rock de arena eficiente. Confere aí. 🎸

1trailer: série “Estado de Furia” (HBO MAX)

Cinco mulheres enfrentam situações extremas, como extorsão, opressão e manipulação. Seus conflitos se entrelaçam, desencadeando um efeito borboleta que, por fim, leva a uma catarse compartilhada.

1trailer: série “Invasion – T3” (Apple TV+)

Na terceira temporada, os últimos aliens finalmente surgem, espalhando rapidamente suas garras letais pelo nosso planeta. É essencial o trabalho conjunto de todos os herois, usando toda sua experiência e especialidade, para salvar a espécie humana. Novos relacionamentos se formam e relações antigas são desafiadas e até destruídas, enquanto o grupo internacional de personagens precisa se tornar um time antes que seja tarde demais.

1cover: 🎥 “Baby One More Time” de Britney Spears por Lauren Babic

A cantora canadense Lauren Babic, conhecida por seu trabalho nas bandas Red Handed Denial e CrazyEightyEight, entregou uma releitura de peso do clássico “Baby One More Time” de Britney Spears. A versão, lançada em seu canal no YouTube, é uma homenagem audaciosa que transforma a icônica faixa pop em uma explosão de metalcore. Babic, com sua notável versatilidade, se move com facilidade entre vocais limpos, melódicos e gritos guturais, injetando uma nova vida e uma intensidade surpreendente na melodia familiar.

A produção do cover é um show à parte, com guitarras distorcidas, bateria acelerada e linhas de baixo pesadas, que recriam a atmosfera da canção de forma dramática e poderosa. Enquanto a batida original de Britney Spears era um pop chiclete dos anos 90, a versão de Babic é um soco no estômago, mas de um jeito bom. Ela respeita a estrutura da canção, mantendo o refrão inconfundível, mas adiciona uma camada de agressividade e emoção bruta que a torna algo totalmente novo. A performance vocal de Babic é o ponto alto: ela não apenas canta a música, mas a vivencia, transmitindo uma urgência e um desespero que contrastam com a doçura do original.

É claro que muitos fãs da Britney ou até mesmo apenas da boa música vão torcer o nariz para esta versão, mas ficou perfeita não apenas para fãs de metalcore que apreciam covers criativos e bem executados, mas para aqueles que amam a música e nunca a imaginaram em um contexto mais pesado, além de ser uma forma de revisitar um clássico de uma maneira totalmente inesperada. Esta versão demonstra como uma música pode transcender seu gênero original e se reinventar, em vez de simplesmente de copiar a canção ela a interpreta deixando sua marca única e inconfundível. É uma prova de que a boa música pode, e deve, ser reinterpretada de infinitas maneiras.

A habilidade técnica e a paixão de Babic são evidentes em cada nota, tornando este cover uma audição obrigatória que irá surpreender e impressionar.

1clipe: 🎥 “XXI Century Blood” da banda The Warning

Conheci a banda The Warning por este clipe de “XXI Century Blood”, do álbum homônimo lançado em 2017, que eu só descobri em 2019. Mesmo assim, foi uma grata surpresa. Confere aí. 🎸

1trailer: filme “Almost Cops” (Netflix)

Ramon (Jandino Asporaat), um oficial de investigação especial dedicado determinado a tornar seu bairro de Roterdã mais seguro, é forçado a trabalhar com Jack (Werner Kolf), um ex-detetive imprudente temporariamente rebaixado para a equipe de Ramon após um incidente.

1trailer: filme “Brick” (Netflix)

O filme mostra a história de um casal cujo prédio de apartamentos é subitamente cercado por uma misteriosa parede de tijolos e que deve trabalhar com seus vizinhos para encontrar uma saída.

1dica: 🎬 “Perfect Days” um filme lindo sobre a simplista vida

Eu ainda não entendi porque demorei tanto para assistir este filme, é um filme maravilhoso, com uma atuação impecável de Kôji Yakusho e o brilhante Win Wenders na direção. A simplicidade faz o filme ser belo e necessário nos dias de hoje.

Wim Wenders, um dos mestres do Novo Cinema Alemão, nos entrega uma obra de rara beleza e sensibilidade, num filme que é uma meditação poética sobre a vida, a felicidade e a beleza encontrada na rotina e nas pequenas coisas. Com uma estrutura aparentemente simples e minimalista, Wenders nos convida a observar e a apreciar o cotidiano de Hirayama (Koji Yakusho), um zelador de banheiros públicos em Tóquio. Longe de ser um drama de grandes reviravoltas, a narrativa é construída em torno da repetição e das sutilezas, em que cada dia de Hirayama é uma variação do anterior, mas nunca idêntico, revelando a filosofia de que a perfeição não está na ausência de problemas, mas na capacidade de encontrar significado e contentamento em cada momento presente.

O filme se inicia com a rotina meticulosa do protagonista: acordar, regar suas plantas, colocar o uniforme, tomar o café e dirigir para o trabalho. Esse ritual, que poderia ser monótono, é transformado por Wenders em uma dança de gestos calculados e significativos. Hirayama limpa os banheiros com uma dedicação quase espiritual, como se sua tarefa fosse uma forma de arte. Ele é um homem de poucas palavras, mas de grande profundidade e o filme nos permite entrar em seu mundo interno através de seus hobbies e paixões: a fotografia de árvores e a audição de fitas cassetes de rock e folk dos anos 60 e 70. O que poderia ser apenas a história de um homem solitário se torna uma celebração da vida simples. O filme também aborda, de forma sutil, o passado de Hirayama e o contraste entre sua vida atual e sua origem abastada, sugerindo que sua escolha de viver de forma simples foi deliberada e consciente.

A atuação de Koji Yakusho como Hirayama é o coração e an alma de “Perfect Days”. Vencedor do prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes, Yakusho entrega uma performance magistral que dispensa diálogos extensos para comunicar as emoções e a complexidade de seu personagem. Sua interpretação é uma lição de economia e expressividade, com um sorriso sutil, um olhar melancólico ou um gesto delicado, ele transmite um universo de sentimentos, personificando a serenidade e a resignação de Hirayama, fazendo com que o espectador se sinta íntimo de sua jornada interna, mesmo com a barreira do silêncio.

Hirayama não é um personagem trágico; ele é um homem que fez uma escolha e encontra felicidade genuína nela. Yakusho captura essa essência com uma autenticidade impressionante. Suas interações com os personagens secundários — o jovem colega de trabalho, a sobrinha que o visita e o dono da lojinha de música — são carregadas de ternura e profundidade. A cena final, com Hirayama dirigindo enquanto passa por uma montanha-russa de emoções, é um dos momentos mais poderosos do filme e é inteiramente sustentada pela expressividade e sensibilidade de Yakusho. Sua performance eleva o filme de uma simples observação a uma experiência profundamente humana.